Da Agência Lusa. Fonte: Agência Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Imagens: ruralcentro.uol.com.br
/ cpt.com.br
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Relatório
de duas organizações internacionais, divulgado hoje (11), mostra que a produção
de gado e de biocombustível vai aumentar, relativamente à produção de cereais,
na próxima década em todo o mundo.
No
documento Perspectivas Agrícolas 2014-2023, da Organização para o
Desenvolvimento e Cooperação Econômica (OCDE) e do Fundo das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO), a alteração do padrão na alimentação humana e
a procura crescente de biocombustível vão levar à menor produção de cereais
primários, como o trigo e o arroz.
A
atividade agrícola deverá voltar-se para a produção de cereais secundários,
como aveia, milho, cevada e sorgo, e plantas oleoginosas, como soja e colza,
para responder ao aumento da procura para alimentação e combustível.
Apesar
de os cereais continuarem a ser dominantes na dieta humana, o aumento do
rendimento per capita, a urbanização e a alteração dos hábitos alimentares
contribuem para uma mudança para dietas mais ricas em proteínas, gorduras e
açúcares.
Assim,
"os preços dos cereais deverão baixar durante um ou dois anos, e depois se
estabilizar em níveis superiores ao do período anterior a 2008". Em
contrapartida, os preços da carne, dos laticínios e do peixe vão aumentar, mas
em termos reais e a médio prazo, os preços dos cereais e produtos animais vão
sofrer uma desaceleração, indica o relatório.
A
produção mundial de peixe vai beneficiar os países em desenvolvimento. Os
elevados custos, em um contexto de procura estável, vão manter o preço do peixe
acima da média histórica, impedindo um aumento do consumo do produto na próxima
década.
O
aumento da produção vai ser garantido sobretudo pelos países em desenvolvimento
na Ásia e América Latina. O Continente Americano "vai reforçar a posição
como região exportadora, tanto em valor quanto em volume, enquanto a África e a
Ásia deverão aumentar as importações para responder à procura".
A
aplicação de reformas - como a da Política Agrícola Comum (PAC) da União
Europeia (UE) em 2013 e a Lei Agrícola nos Estados Unidos - permitiram melhor
adaptação dos mercados às exigências da procura e da oferta, de acordo com o
relatório.
No
levantamento, a FAO e a OCDE centraram a atenção na Índia, "o segundo país
mais povoado do mundo, com o maior número de agricultores e de pessoas sem
segurança alimentar".
O
documento destaca que a nova Lei de Segurança Alimentar indiana é a iniciativa
mais importante para o direito à alimentação aprovada até o momento no país. A
legislação beneficia mais de 800 milhões de pessoas com cotas subsidiadas de
cereais.
A
produção agrícola indiana registrou forte crescimento anual na última década
devido aos subsídios concedidos para o uso de fertilizantes, pesticidas,
sementes, água e luz.
O
relatório prevê que a Índia deve se transformar no primeiro produtor mundial de
leite, ultrapassando a UE, especialmente na produção de leite em pó desnatado.
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