Fonte: G1. Globo.com (Da France Presss)
Edição: Jorge Luiz da
Silva
Imagens: Google
Serrinha, BA (da redação
itinerante do Blog MUSIBOL
Serviço de streaming de música Spotify. (Foto: Divulgação/Spotify)
Empresas
de streaming miram Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia.
Objetivo
é atrair classe média de países sem tradição de comprar discos.
O
panorama do pop sofreu uma transformação radical graças ao streaming, uma forma
de consumir música on-line oferecida por empresas como o Spotify, que agora
tenta conquistar mercados de países emergentes.
O
Spotify e seus rivais dominaram as manchetes musicais em 2014, ano em que as
empresas atraíram muitos novos clientes, mas também críticas, principalmente da
estrela pop Taylor Swift, rainha da parada musical nos Estados Unidos e em
vários países.
Swift e
outros críticos acusam as empresas que oferecem o serviço – que permite ao
usuário acessar sem limites e de maneira instantânea um catálogo gigantesco de
música a partir do computador ou do telefone celular – de recompensar muito mal
os artista e acelerar a morte do formato álbum.
A
entrada dos países emergentes, onde as vendas de discos nunca representaram
lucros expressivos para as gravadoras, pode mudar o debate.
O
streaming poderia seduzir a crescente classe média destes países, que nunca
teve a tradição de adquirir discos.
Assim a
Warner Music chegou a um acordo no mês passado com a empresa chinesa Tencent
que inclui o streaming, o primeiro pacto do tipo assinado por uma das três
grandes gravadoras do mundo no país de maior população do planeta.
Extremo
oeste
Uma
empresa que percebeu as rápidas mudanças nos últimos meses foi a Vuclip,
fundada em 2008 e com sede na Califórnia, que lidera o setor de vídeos nos
mercados emergentes.
"É
o 'extremo oeste' lá fora", disse Nickhil Jakatdar, diretor geral da Vuclip
à AFP. "Há um ano e meio, não havia concorrentes. Agora acordo todos os
dias e vejo um novo competidor."
A
principal razão para o o boom, afirma, é a possibilidade de acesso à internet
nos smartphones de maneira mais rápida e acessível, o que permite a um
consumidor de recursos limitados desfrutar do conteúdo no dispositivo móvel.
A
Vuclip, que afirma ter 120 milhões de usuários, enfatiza que tem um sistema de
cobrança simples para usuários não acostumados a usar cartões de crédito ou a
comprometer-se com um pagamento mensal.
A
empresa, que não está presente na China, registrou um crescimento significativo
na Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia, assim como no Egito, Arábia Saudita e
Emirados Árabes Unidos.
Gostos
particulares
Um dos
desafios nos mercados emergentes são os gostos particulares de entretenimento.
"O conteúdo que os consumidores buscam é muito regional por natureza. Uma
pessoa na Índia quer conteúdo indiano, e cada estado tem seu mercado",
explica Jakatdar.
Em
contraste com a Ásia, os países da América Latina compartilham determinadas
opiniões. Assim, empresas como Spotify, Deezer e Rhapsody estabeleceram
alianças comerciais.
A
arrecadação com música digital na América Latina aumentou 124% de 2010 a 2013,
muito acima da média mundial, segundo a Federação Internacional da Indústria
Fonográfica.
O
Spotify está presente em 58 países. Na Ásia foram criadas muitas empresas
locais.
O
Ganaa.com, que pertence ao grupo de jornais "The Times of India",
permite aos usuários o acesso a milhares de listas de reprodução, ouvir
estações de rádio ou aproveitar as canções em vários rankings, que vão da
música tradicional indiana até a clássica.
A Índia,
que está perto de superar os Estados Unidos como o segundo país com maior
população conectada à internet, pode registrar um crescimento do consumo
digital de música de 22% ao ano até 2016, segundo a consultoria KPMG.