Texto: Maria Luciana Rincón
Fonte: megacurioso.com.br
Imagens: Reprodução
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação itinerante do Blog MUSIBOL
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Edição: Jorge Luiz da Silva
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A atual população mundial soma, aproximadamente, 7,4 bilhões de pessoas. Isso é um bocado de gente — especialmente se pensarmos que, se pudéssemos colocar todo mundo em uma balança, o peso equivaleria a mais de 340 bilhões de quilos.
E isso que, de acordo com a maioria das projeções, a população mundial continua se multiplicando e poderá ultrapassar a marca dos 9 bilhões de habitantes até 2050! Com esses números absurdos em mente, é difícil imaginar que, por volta do ano 70 mil a.C., nós, humanos, quase desaparecemos por completo do planeta. Entretanto, segundo Robert Krulwich, do portal npr, a nossa espécie não foi extinta por um triz!
De acordo com Robert, estudos revelaram que há milhares de anos os seres humanos chegaram a somar míseros mil adultos em idade reprodutiva — e inclusive existe uma pesquisa (bem pessimista!) que concluiu que esse número chegou a ser de 40 pares apenas. No mundo inteiro. Somente.
Contudo, Robert argumenta que o mais provável é que a população de Homo sapiens tenha sofrido uma dramática queda, e um número entre 5 mil e 10 mil indivíduos tenha restado na face da Terra — divididos em humildes grupos de caçadores e coletores que conseguiram resistir até que, no final da Idade da Pedra, a nossa espécie começou a mostrar sinais de recuperação. “Como uma coisa dessas foi acontecer?”, você deve estar se perguntando.
Historum |
Erupção megacolossal
Pode ser que você nunca tenha ouvido falar a respeito de um supervulcão chamado Toba. Localizado em Sumatra, na Indonésia, ele entrou em erupção — adivinhe! — por volta de 70 mil a.C. e resultou na liberação de cerca de 2,8 mil quilômetros cúbicos de material na atmosfera terrestre.
Para você ter uma ideia da dimensão do problema, o Vesúvio, que provocou a destruição de Pompeia por volta de 79 a.C., expeliu três quilômetros cúbicos de rochas pulverizadas na atmosfera, e o Tambora, que entrou erupção em 1815 e matou mais de 70 mil pessoas, expeliu 80 quilômetros cúbicos de material.
A explosão do Toba foi a maior já registrada no planeta e resultou no acúmulo de seis centímetros de cinzas por todo o sul da Ásia, Oceano Índico e no Mar Arábico e da China Meridional — que podem ser verificados até os dias de hoje em depósitos geológicos.
Consequências catastróficas
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Segundo as estimativas, a quantidade de vapor, cinzas e poeira liberada na atmosfera resultou na redução da intensidade da luz solar durante seis anos, além de bagunçar o ciclo de chuvas sazonais, “entupir” nascentes e cobrir quilômetros e mais quilômetros de áreas vegetadas com material vulcânico.
Com isso, plantas e árvores frutíferas foram morrendo, os animais foram se tornando mais escassos, e os humanos que ocupavam o leste da África — região situada do outro lado do Índico a partir do Monte Toba — provavelmente começaram a morrer de fome. Além disso, é provável que a supererupção tenha contribuído para fazer cair ainda mais a temperatura do planeta, que se encontrava em período de glaciação.
De acordo com alguns especialistas, existem evidências de que a temperatura média da Terra chegou a despencar mais de 20 °C em determinadas regiões. Assim, não é demais imaginar que a vegetação que cobria os verdejantes prados africanos foi encolhendo, bem como a disponibilidade de alimentos, e as populações dos nossos antigos ancestrais foram diminuindo com eles — e foi por bem pouco que eles não desapareceram por completo.
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Por sorte, segundo Robert, os humanos resistiram. Contudo, demorou até que conseguíssemos chegar a 1 bilhão de habitantes — quase 200 mil anos, para sermos mais precisos, em 1804. De lá para cá, a população mundial vem passando por um período de notável crescimento, mas é inegável que o evento que quase nos levou à extinção não deixa de ser um sinistro lembrete de nossa vulnerabilidade como espécie.
Há mais de 70 mil anos, foi a explosão de um supervulcão quem nos levou a quase desaparecer da face da Terra. Quem garante agora que uma pandemia, fortes mudanças climáticas, conflitos armados por recursos pouco abundantes ou — por que não — uma grande catástrofe natural não voltará a ameaçar a nossa existência?
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