Por: Ana
Cristina Campos. Fonte: Agência Brasil
Imagens: Google
Edição: Jorge
Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Pelo segundo ano consecutivo, o
setor de planos de saúde lidera o ranking de queixas recebidas pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), de acordo com balanço divulgado
durante a semana em comemoração ao Dia Mundial do Consumidor, celebrado hoje
(15). Os planos de saúde estão no topo da lista, com 26,66% das demandas feitas
à entidade em 2013, com acréscimo de 6,26 pontos percentuais em relação a 2012.
Em seguida, vêm serviços financeiros
(16,73%), produtos (13,05%) e telecomunicações (12,53%). Outros setores, que
englobam imóveis, transporte, lazer e serviços públicos, corresponderam a
31,03% dos registros feitos por consumidores no Idec. No ano passado, o
instituto registrou 13.541 demandas, sendo 8.040 dúvidas de relações de consumo
e 5.501 pedidos de informação sobre processos judiciais.
“O ranking do Idec nada mais é do
que a ponta do iceberg de milhões de consumidores insatisfeitos com a má
qualidade na prestação de serviços e produtos no âmbito da iniciativa privada
ou governamental. Esperamos que esses valores diminuam cada vez mais e que essa
queda represente a retomada contínua do respeito aos direitos do consumidor”,
disse a coordenadora executiva Elici Bueno.
Sobre planos de saúde, as queixas
mais recorrentes são negativa de cobertura, reajustes abusivos e
descredenciamento da rede assistencial. “Isso mostra que temos um problema na
regulação. A ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] não está resolvendo,
apesar de algumas iniciativas nos últimos dois anos”, disse o gerente técnico
do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira.
O setor de saúde privada abrange
cerca de 50 milhões de brasileiros. “Quando as empresas não entregam o serviço
que prometem entregar, o consumidor é punido porque pagou e não recebeu pelo
serviço e acaba recorrendo ao SUS [Sistema Único de Saúde]”, ressaltou
Oliveira.
No setor financeiro - bancos,
cartões de crédito, financiamento e consórcios -, as principais reclamações no
Idec são cobranças indevidas, negativa de renegociação de dívida e falta de
informação sobre o custo efetivo total (CET) de operações de crédito.
Nas reclamações sobre problemas com
produtos, como celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, os consumidores
queixam-se de defeitos e falha na assistência técnica. Em telecomunicações,
falha do sinal, cancelamento do serviço, validade de créditos pré-pagos e
cobrança indevida lideram os atendimentos.
Em nota, a Associação Brasileira de
Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras de planos de saúde,
contestou os dados divulgados pelo Idec, “por se tratar de instituto particular
que representa apenas consumidores associados e não o universo da categoria”.
“Por esse motivo, entendemos que esse ranking fica comprometido por falta de
isenção e critérios técnicos transparentes”, disse a associação.
A ANS informou que, somente no ano
passado, recebeu 102 mil reclamações de consumidores, entre 1,2 milhão de
contatos recebidos. Na intermediação de conflitos entre operadoras de planos de
saúde e consumidores, a agência disse que obteve o índice de 85,5% de resolução
sem a necessidade de abertura de processos administrativos.
Segundo a ANS, o programa de monitoramento
avalia a prestação do serviço das operadoras por meio das queixas registradas
pelos usuários nos canais de atendimento da agência. “Dessa maneira, os planos
com maior número de reclamações não solucionadas adequadamente ficam impedidos
de ser comercializados até conseguir reestruturar a assistência ao
beneficiário”, informou a agência. Desde 2012, a ANS suspendeu temporariamente
a venda de 783 planos de saúde de 105 operadoras.
Os canais de atendimento são o
Disque ANS (0800 701 9656), o site (www.ans.gov.br) e um dos 12 núcleos
localizados no país (http://www.ans.gov.br/aans/nossos-enderecos).
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