Por: Mariana
Branco. Fonte: Agência Brasil
Edição: Jorge
Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Ribeirinhos
buscam na pesca sustentável uma forma de evitar que a fartura de um ano resulte
em escassez do pescado no ano seguinte (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A profissão de guia de pesca é exercida informalmente por 50 mil
pessoas no BasilTomaz Silva/Agência Brasil
A profissão de guia de pesca, exercida informalmente por cerca de 50 mil
pessoas no Brasil, caminha para a regulamentação. O primeiro passo será a
inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do
Trabalho e Emprego. O órgão confirmou que negocia a respeito com os ministérios
da Pesca e Aquicultura, do Turismo e da Educação. Além disso, desde 2013, o
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do
Ministério da Educação, oferece o curso de condutor de turismo de pesca, com o
objetivo de que haja maior padronização e profissionalismo na atividade.
Segundo Kelven Lopes, coordenador do Núcleo de Planejamento e
Ordenamento da Pesca Amadora do Ministério da Pesca e Aquicultura, o objetivo é
concluir a etapa de homologação da atividade no Ministério do Trabalho até
2015. “Inicialmente está sendo homologada. A partir disso, a gente começa a
regularizar para que a pessoa possa acessar os benefícios sociais”, explica,
destacando que o passo seguinte deve ser a aprovação de um projeto de lei
regulamentando a profissão. Ainda não há prazo, entretanto, para redação da
proposta e envio ao Congresso Nacional.
De acordo com Lopes, grande parte dos guias de pesca que atuam
hoje são empreendedor individual, categoria jurídica que permite o pagamento de
um valor simbólico em tributos e acesso a benefícios como auxílio-maternidade e
auxílio-doença. Com a regulamentação da atividade, no entanto, o leque de
garantias se ampliaria. “As pousadas poderiam contratá-los como guias de pesca
e eles estariam cobertos por todos os benefícios trabalhistas: décimo-terceiro
salário, férias e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”, enumera.
Guia de pesca há sete anos na região turística de Serra da Mesa,
em Goiás, Eribert Marquez, 37 anos, defende o acesso a esse tipo de garantia
para quem exerce a atividade. “Hoje, um pescador [profissão que é
regulamentada] tem acesso a vários tipos de benefício. Inclusive linhas de
financiamento para melhorar o equipamento. A gente, que não depreda o meio
ambiente, devolve todo peixe que pega, não tem nada semelhante”, diz ele, que
acredita que, com a profissão regulamentada, os bancos concederiam mais
facilmente incentivos como linhas de crédito.
Eribert, conhecido
como Eriba, trabalha em parceria com uma pousada, embora não seja formalmente
contratado. Ele cobra diária dos clientes pelos serviços prestados. “[Os
clientes] são pessoas com uma vida financeira boa, confortável, pois é um
serviço diferenciado”, conta. Ele explica que o guia de pesca ensina desde como
utilizar as iscas até soltar o peixe, além de conhecer e levar os clientes aos
melhores locais para a pescaria.
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