Por: Mariana Branco. Fonte: Agência Brasil
Fotos: onu.org.br
/ walterpinheiro.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O diretor-geral da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José
Graziano da Silva, disse hoje (4) que os avanços brasileiros em políticas
sociais e de combate à fome “não passaram desapercebidos para o resto do
mundo”. “Esse conjunto de políticas mudou o rosto do Brasil. Hoje, [o país] é
referência mundial no combate à fome e à miséria. E o Brasil não tem se negado
à responsabilidade de compartilhar seu conhecimento”, disse. Graziano, que é
brasileiro, deu as declarações em vídeo enviado para um seminário organizado
para marcar os dez anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado em
2003, por meio do qual a produção de pequenos agricultores é adquirida para a
merenda escolar.
Representantes de
países que usaram a experiência brasileira comentaram a implementação de suas
próprias versões do programa. Entre outras iniciativas, o PAA inspirou o
Purchase from Africans for Africa (Compre de Africanos para a África), PAA
Africa, que reúne a FAO, o Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento
Internacional e especialistas brasileiros. O PAA Africa atende a cinco países
em caráter experimental: Moçambique, Senegal, Nigéria, Malauí e Etiópia. Além
de compras locais para merenda escolar, os agricultores podem vender o
excedente ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) da FAO.
Segundo o ministro
Milton Rondó, coordenador de Ações de Combate à Fome do Ministério das Relações
Exteriores do Brasil, 5.187 agricultores, 125 mil estudantes e 434 escolas são
beneficiadas pelo programa na África. “Tem se desenvolvido de forma diferente
em cada país, de acordo com suas especificidades. Mas, nos cinco, a FAO
organiza os produtores. É bom lembrar que parte da alimentação escolar [no
Brasil] era feita pelo PMA até o início dos anos 1990. É um salto que os países
também podem dar”, disse Rondó.
Alexandrer Wykeham
Ellis, embaixador e representante do Ministério do Reino Unido para o
Desenvolvimento Internacional, afirma que o país europeu investe no PAA Africa
porque o programa funciona. “Meu país é capaz de aprender e não só ensinar.
Posso ver uma coisa muito bem feita no Brasil e aprender como podemos fazer
isso nos outros países”, disse.
Segundo Guidione
Ezequiel Elias, da Associação Agropecuária Tilimbique, de Moçambique, o
programa é útil em questões como a regularização e organização dos produtores,
além de estrutura física e qualidade da produção. “Estamos na fase inicial, mas
está nos ajudando muito. As associações [de produtores] não estavam bem
legalizadas. Para vendermos nossos produtos, também era preciso ter bons
armazéns. Construímos celeiros e, no fim de tudo, conseguimos vender o nosso
produto de boa qualidade”, declarou, em participação no seminário.
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