Fonte: Ibahia.
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Na exposição, que ocupa o Museu Carlos Costa
Pinto, o fotógrafo baiano Robério Braga apresenta 20 imagens em grandes
dimensões sobre a cultura e o cotidiano de tribos do Quênia
Até o dia 30 de março, o fotógrafo baiano
Robério Braga apresenta, no Museu Carlos Costa Pinto, a exposição 'Luz Negra',
que reúne 20 fotografias em grandes proporções, que envolvem pesquisa sobre
ancestralidade, cultura e costumes do Quênia, na África Oriental. A mostra,
aberta na quinta (13), é o lançamento nacional desta série do artista e conta
com curadoria de Diógenes Moura, um especialista em arte fotográfica no país.
Em preto & branco, as fotografias revelam
o cotidiano e aspectos culturais de três tribos quenianas, que também habitam o
norte da Tanzânia: Massai, Pokot e Samburu. As imagens foram feitas entre 2011
e 2012, quando o fotógrafo entrou em contato com as tribos e se surpreendeu com
seus costumes, crenças, símbolos de resistência e preservação de tradições
ancestrais.
Cada detalhe visto e registrado por Robério
revela muito da cultura dessas tribos. Ele relembra, por exemplo, que os
adornos feitos e usados pelas mulheres da tribo Maasai são ricos em códigos
sociais, que se traduzem em belas formas, cores e padrões. Ao longo do tempo,
houve mudança quanto ao material usado em sua confecção, mas o significado foi
mantido. "Antes feitos de sementes, fibras vegetais e couro de zebras,
leões, gnus e outros animais selvagens, hoje empregam miçangas plásticas, nylon
e tecidos. Muda-se o significante, mas não o seu significado", comenta.
Na série 'Luz Negra', Robério Braga mostra
toda essa riqueza utilizando-se de jogo de luz, sombra e contraluzes, efeitos
que alcança, sobretudo, pela subexposição luminosa e a fotometria feita a
partir dos adornos e não da pele das pessoas. "Trabalhar a luz sempre foi
prioridade para mim, assim como fazia meu avô Mendonça Filho (Salvador,
1895-1964), baiano, pintor expressionista, que iluminava com maestria as
marinhas de Salvador com seu pincel. Apesar de não pintar com o tradicional
pincel, igual ao do velho artista que nunca conheci, hoje gosto de pensar que
pinto com outro tipo de pincel. O pincel da luz. Como num quadro, cada clique é
como se fosse um quadro único", explica.
Com vasta experiência e um olhar exigente
sobre a fotografia arte, o curador Diógenes Mora afirma que a série produzida
por Robério Braga na África Oriental é muito mais do que uma seleção de
fotografia documental. "O fotógrafo ultrapassa, no complexo exercício de
retratar uma etnia, seus adornos, usos e costumes, em momentos de uma ‘quase
delicada fragilidade’ que se torna imponente em seu resultado final. E vendo-os
assim – tão ancestrais – o resultado é comovente", destaca Moura em um
texto de apresentação da mostra. Saiba mais sobre os horários de visitação da
exposição aqui!
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