Por: Danilo Macedo. Fonte:
Agência Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Imagens: g1.globo.com
/ bionarede.blogspot.com
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Um
relatório divulgado hoje (5) na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU)
sobre mudanças climáticas, destacou o Brasil como exemplo de sucesso na redução
do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa. Produzido pela Union
of Concerned Scientists (UCS), com sede nos Estados Unidos, o documento
intitulado Histórias de Sucesso no Âmbito do Desmatamento: Nações Tropicais
Onde as Políticas de Proteção e Reflorestamento Deram Resultado traz um
capítulo dedicado ao Brasil, apresentado como o país que fez as maiores
reduções no desmatamento e nas emissões em todo o mundo.
Dezesseis
países da África, América Latina e Ásia também são citados como exemplos de
sucesso na proteção às florestas. O relatório indica que o governo brasileiro
reduziu o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, por
meio da criação de áreas de proteção ambiental a partir da segunda metade da
década de 1990, com grande intensificação neste século, e as moratórias
acordadas com empresas privadas sobre a compra de soja e carne de áreas
desmatadas. “As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e a sua
contribuição para atrasar o aquecimento global não têm precedentes”, diz o
documento.
De
acordo com o principal autor do trabalho, Doug Boucher, o caso brasileiro
mostra que o desenvolvimento econômico não é prejudicado pela redução do
desmatamento. “Por exemplo, as indústrias de soja e de carne bovina no Brasil prosperaram
apesar das moratórias evitando o desmatamento”. O relatório avalia que a
derrubada da floresta, “vista no século 20 como algo necessário para o
desenvolvimento e uma reflexão do direito do Brasil de controlar seu
território, passou a ser vista como uma destruição de recursos devastadora e
exploradora daquilo que constituía o patrimônio de todos os brasileiros”.
O
estudo destaca o papel desempenhado pelas reservas indígenas na conservação da
Floresta Amazônica, iniciativas estaduais e a ação de promotores públicos de
Justiça, “um braço independente do governo, separado do Poder Executivo e
Legislativo, e com poderes para processar os responsáveis pela violação da
lei”. Também é citado o apoio internacional, como o acordo celebrado com a
Noruega, que já repassou US$ 670 milhões em compensação pelas reduções das
emissões. O documento é considerado de natureza não apenas financeira, mas
também política e simbólica, mostrando o compromisso em apoiar os esforços dos
países tropicais.
Em
relação ao futuro, no entanto, o relatório informa que duas mudanças em 2013
levantaram dúvidas sobre a continuidade do sucesso do país na área climática:
as emendas ao Código Florestal Brasileiro que anistiam desmatamentos anteriores
e o aumento de 28% na taxa de desmatamento entre 2012-2013 na comparação com o
período 2011-2012. A avaliação do documento é que ainda é muito cedo para
prever se este crescimento será uma tendência, mas ressalta que, embora o
desmatamento tenha aumentado 28% no ano passado, em relação a 2012, ele foi 9%
menor ao registrado em 2011 e 70% inferior à media entre 1996 e 2005.
“O
Brasil inscreveu seu plano para reduzir o desmatamento em 80% em 2020 na lei
nacional, mas para que haja um progresso continuado será necessário redobrar os
esforços para reduzir as emissões” afirma o documento. “Nesse meio tempo, a
redução do desmatamento da Amazônia já trouxe uma grande contribuição no
combate à mudança climática, mais do que qualquer outro país na Terra”,
finaliza.
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