Por: Marcelo Brandão. Fonte: Agência
Brasil
Imagem: facebook.com
Imagem: autismovivenciasautisticas.blogspot.com
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Imagem: facebook.com
Adotar significa abrir-se para
uma nova aventura, no melhor sentido da palavra
Receber uma criança de origem,
muitas vezes, desconhecida, é um ato de amor e abnegação. Independentemente do
perfil desejado pelos novos pais e mães, adotar significa abrir-se para uma
nova aventura, no melhor sentido da palavra, é reservar um espaço em sua vida
para uma criança que, em pouco tempo, deixará de ser um desconhecido.
No imaginário popular, no
entanto, a adoção tem severas distorções em relação ao mundo real. Nem sempre
aquele bebê loiro, de cabelos cacheados, bochechas rosadas e olhos azuis estará
no abrigo, esperando um casal buscá-lo. A realidade é outra. As crianças nos
abrigos vêm, muitas vezes, de um passado de violência, abusos e privações
severas em todos os sentidos. Algumas, inclusive, precisarão reaprender a
confiar e a amar as figuras materna e paterna.
Hoje, no Brasil, há 5.471
crianças e adolescentes inscritos no Cadastro Nacional de Adoção. Desses, 1.787
são brancos, 1.035 são negros e 2.602 são pardos. Os pais podem optar por
restringir-se a um tipo de criança para adotar ou estar abertos a qualquer
perfil. E é aí que os números correm em sentido inverso. O número de pessoas
habilitadas que querem apenas crianças brancas ainda é muito superior ao
daqueles com predileções exclusivas de outras raças. São 9.474, contra 1.631
que aceitam apenas pardos e 574 que querem adotar somente crianças negras.
Para a supervisora da Vara da
Infância do Distrito Federal, Niva Campos, a opção por crianças da mesma cor de
pele na hora da adoção não caracteriza preconceito. “Eu diria que é um desejo
que tem a ver com o narcisismo de cada um, com a história de vida de cada um.
Para uns, isso vai ser muito importante, para outros adotantes isso não tem
muita importância”.
Na opinião de Wagner Yamuto,
administrador do site Adoção Brasil, que discute o tema desde 2004, o que falta
é informação e aí é que devem entrar os grupos de apoio e sites relacionados
sobre o tema para esclarecer tais dúvidas. "O que sabemos é que a conta
não fecha, pois a maior parte dos pretendentes é branca e a maior parte das
crianças em abrigos é negra e parda”.
Ele considera compreensível o
fato de que quanto mais nova a criança, maiores as suas chances de ser adotada.
“Podemos afirmar que a maior parte dos pretendentes entram na adoção porque não
podem gerar filhos da forma tradicional. Com isso, entra o desejo de ver a
criança dar seus primeiros passos, [dizer] as primeiras palavras, [dar] o
primeiro sorriso. [Isso], em geral, só acontece nos primeiros meses de vida e
não há como dizer que é preconceito e sim um desejo”.
0 comentários:
Postar um comentário