Por: Paulo Victor
Chagas. Fonte: Agência
Brasil.
Edição: Jorge Luiz da Silva
Imagens: jornalopcao.com.br / observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
A
formalização do mercado de trabalho e o aumento do salário dos trabalhadores
são os fatores que mais contribuíram para a queda da desigualdade social nos
últimos anos. Esses dois fatores superam até mesmo outras fontes de renda do
brasileiro provindas do Orçamento da União, como a Previdência e programas
sociais concedidos pelo governo. Para a conta, foi utilizado como benefício
social o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda.
construção
civil
De acordo com o ministro Marcelo Neri, o trabalho contribuiu
com 54,9% para a redução da desigualdade entre 2002 e 2012.Tânia Rêgo/Agência
Brasil
Os dados fazem parte da apresentação feita pelo ministro
da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República,
Marcelo Neri, à presidenta Dilma Rousseff e a 20 ministros na última
segunda-feira (5), e informam que o trabalho contribuiu com 54,9% para a
redução da desigualdade entre 2002 e 2012.
O conjunto de informações é parte de uma compilação sobre
o desenvolvimento inclusivo sustentável, na qual Marcelo Neri buscou repassar
aos seus colegas e à presidenta a ideia de que o dinheiro no bolso é mais
importante para o cidadão comum do que o baixo crescimento da economia
apresentado recentemente.
A estratégia de investir na valorização do salário e não
apenas em programas de transferência de renda gera resultados positivos para
alguns analistas porque seu resultado prático é o aumento da renda dos brasileiros
assalariados. No entanto, segundo o professor de economia da Universidade de
Brasília, Roberto Ellery, é necessário discutir a sustentabilidade dessa
política.
“Se queremos continuar esse caminho [de aumento dos
salários], é preciso aumentar a produtividade”, avaliou o professor,
acrescentando que, caso contrário, o país terá problemas com a inflação e com o
setor externo. De acordo com Ellery, os investimentos na melhoria dos serviços
e na eficiência da produtividade podem impedir essa situação. Para isso,
segundo ele, é necessário focar na infraestrutura para que a produção nacional
não registre prejuízos com estradas em más condições, portos operando sem a
capacidade necessária nem com problemas no setor energético.
Com base nos dados da SAE, as políticas que mais
contribuem para o bem estar social, depois do trabalho, são o Bolsa Família, o
pagamento da Previdência acima do piso e a aposentadoria com base no salário
mínimo, com 12,2%, 11,4% e 9,4%, respectivamente. “O brasileiro em suas casas está
tendo um desempenho bem acima do desempenho que as contas nacionais e a maior
parte dos economistas analisa”, disse o ministro, ao citar a valorização dos
benefícios do Bolsa Família e da Previdência acima da inflação.
O programa de transferência de renda, que repassa recursos
a famílias com renda per capita inferior a R$ 70 mensais, também atua de uma
forma importante no combate à desigualdade. Segundo os números, o
custo-benefício de cada real gasto com o Bolsa Família impacta a desigualdade
quase quatro vezes mais do que o benefício da Previdência Social. “Uma das
belezas do Bolsa Família é que ele tem um impacto social muito grande, gasta
pouco e consegue efeito muito grande”, explica o professor Ellery.
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