Por: Andreia Verdélio. Fonte: Agência Brasil
Edição: Jorge
Luiz da Silva
Imagens: temponews.com.br
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal promoveu ontem (18) um ato contra a internação manicomial no Brasil. O Movimento Pró-Saúde Mental luta pelo uso de outras formas de tratamento em substituição aos serviços normalmente adotados em hospitais e clínicas psiquiátricas.
“São os centros de Atenção Psicossocial [Caps], centros
de convivência e cultura em saúde mental, ambulatórios de rua, residências
terapêuticas, unidades de acolhimento, uma rede inteira de serviços, porque
entendemos que um só serviço não é suficiente para atender toda uma dimensão
humana”, explicou Thiago Petra, psicólogo e um dos coordenadores do movimento.
A ação faz parte da Semana Nacional da Luta
Antimanicomial e, além de apresentações culturais, contou com atividades
dirigidas aos usuários da rede de saúde, como sarau de poesia, terapia
comunitária e reiki, método natural de cura por meio das mãos. Além dos Caps,
também participaram das ações a Defensoria Pública e clínicas do Distrito
Federal.
Para Petra, pior que a arquitetura manicomial em si são
as práticas adotadas. “Lugares que são até bonitos, têm uma boa equipe, mas
supermedicalizam as pessoas, não têm oficinais criativas, o sujeito não tem
voz, são práticas que centralizam todo o poder só no psiquiatra etc”, disse o
psicólogo, explicando que a Lei 10.216/01 prevê o tratamento em serviços
comunitários perto da vizinhança e da família.
Para Elias Lima Batista, usuário dessa rede de saúde
mental e integrante do movimento, a participação da família é essencial para o
tratamento de pacientes com transtornos mentais.
“Se não incluir a família é como se o tratamento não
existisse. Eu fui internado pela minha própria família. Quando saí do hospital,
eles já estavam com um olhar diferenciado para mim. No final de tudo, tive que
me virar e viver sozinho, porque ficar com um parente que não estava me
aceitando não dá certo”, conta Elias.
Segundo o Ministério da Saúde, a Rede de Saúde Mental
conta com 2.128 Caps em várias modalidades, que podem realizar 43,1 milhões de
atendimentos por ano. A previsão de investimentos no setor para 2014 é R$ 1
bilhão.
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