Por: Alana Gandra. Fonte: Agência Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Imagens: economia.culturamix.com / brasilsoberanoelivre.blogspot.com
Serrinha, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
O conjunto dos últimos trimestres, mais o resultado
divulgado hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
para o Produto Interno Bruto (PIB) dos
três primeiros meses deste ano, sinalizam “uma franca desaceleração da
economia”, disse hoje (30) à Agência Brasil o economista Vinícius Botelho, do
Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas.
O PIB aumentou 1,9% em comparação ao primeiro
trimestre do ano passado, com alta de
0,2% sobre o último trimestre de 2013. O resultado já incorpora os dados da
produção industrial, que elevaram o PIB de 2013 de 2,3% para 2,5% e revisaram o
resultado do último trimestre do ano passado de 0,7% para 0,4%, lembrou o
economista.
“A gente partiu de um patamar de crescimento mais alto e
agora está estacionando em um nível de crescimento mais baixo”, comentou. O
crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2014 foi puxado, principalmente,
pelo consumo do governo, o que gerou queda da poupança e da formação bruta de
capital fixo, isto é, dos investimentos, o que acaba sendo menos PIB hoje e
menos PIB amanhã”.
Segundo Botelho, o acúmulo de oferta de capital menor,
provocado pelo fato de o país investir menos, compromete o crescimento ao longo
dos próximos anos. De acordo com o economista, há uma desaceleração forte da
indústria de forma geral, com exceção do setor elétrico, o que já era mostrado
pela produção industrial mensal. No entanto, os sinais de recuperação na
indústria extrativa são “erráticos”, o que dificulta uma continuidade
sustentável ao longo do tempo.
Na avaliação de Botelho, a principal leitura que se faz
do resultado do PIB do primeiro trimestre “é negativa, de desaceleração ao
longo do tempo”. “É uma leitura de um PIB que está ficando pior e vai ficar
pior ainda por algum tempo”. Usualmente,
o segundo trimestre mostra um resultado melhor. Apesar disso, o economista do
Ibre/FGV aposta em um prognóstico ruim.
“Porque a gente vai ter um resultado ruim da indústria da
transformação. Em abril, a nossa expectativa é uma queda bastante forte. As
pesquisas do Ibre estão em patamares bastante baixos e a gente tem, em junho, a
Copa do Mundo, que acaba afetando a produção porque tem um número menor de dias
para trabalhar. Então, a leitura para o segundo trimestre ainda é muito ruim”.
Apesar do prognóstico negativo, Botelho acredita que o
crescimento do PIB este ano vai ser positivo. As atividades que mostram
desaceleração, como a indústria da transformação e o setor da construção civil,
devem fechar 2014 negativos. No entanto, outras atividades dentro do PIB
funcionam como colchões que impedem que a desaceleração seja muito forte. Um
exemplo é a produção de itens da administração pública.
O Ibre-FGV estava trabalhando com uma estimativa de
crescimento de 1,8% para o PIB no ano, mas esse número deve ser revisado para
baixo, chegando a 1,5%. “A gente vai revisar para baixo o PIB do ano fechado”,
adiantou o economista.
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