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sábado, 20 de outubro de 2012

A moda nos estádios baianos. Um retrato de época

Fonte e fotos: IBahia



Salvador, BA (da redação do Blog MUSIBOL) – Chapéu, gravata e colarinho engomado era o figurino por excelência dos homens e chapéu e vestido de organdi, ou seda, o das mulheres que frequentavam o Estádio da Graça, onde eram realizados os jogos do Campeonato Baiano de Futebol. O complemento era sombrinhas, bengalas e chicotinhos, indumentária semelhante à usada nas repartições públicas, escritórios e no caso das mulheres era roupa de festa, mesmo.

Os baianos daquela época, décadas de 20 e 30, ainda mantinham rigorosos costumes europeus, mesmo as pessoas de pouco recursos usavam o traje formal para ir no estádio. A foto acima é de 1926, mostra a arquibancada do estádio que ficava na hoje rua Euclides da Cunha, durante o jogo entre os clubes do Bahiano de Tênis e Vitória. A outra foto é de 1929. Em ambas observa-se a predominância do público masculino.


A construção do Estádio da Graça trouxe novos costumes para os torcedores de futebol, além do conforto. Antes, as pessoas assistiam os jogos em pé, ao lado da linha lateral, isolados por uma corda de sisal. E as mulheres e os mais idosos usavam pesadas cadeiras de madeira, que naquele tempo não existia o mobiliário de plástico, ou fibra. Os assentos eram transportados em carroças de jegue, já que o serviço de bonde não aceitava carregar equipamentos daquele porte e peso. No Estádio da Graça a maioria assistia o jogo sentado sobre a madeira de lei da arquibancada ou em almofadas trazidas de casa. A arquibancada era de madeira mas muito bem construida e com manutenção em dia, tanto que nunca despencou.

A moda do paletó e gravata no Estádio da Graça era extensiva também aos bandeirinhas que compareciam ao campo com uma farda de ocasião;apenas o juiz que corria o tempo todo e suava usava uma roupa mais leve. Este figurino prevaleceu até meados da década de 40 quando a Liga de Futebol permitiu trajes mais condizentes com o calor dos trópicos.


Os repórteres também compareciam com traje a rigor para fazer as transmissões ao vivo, através de uma linha telefônica, sem retorno de àudio. O jornalista narrava o jogo mas não tinha certeza se a linha completara a ligação e se de fato ocorrera a irradação pelo rádio. E tinha ainda a questão de uma linha apenas disponível para o primeiro a chegar. Mas isso é assunto para outro post.

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