No mês passado, a inflação oficial no Brasil, medida pelo
IPCA, registrou alta de 0,57%, maior taxa desde abril
A recuperação do crescimento da economia brasileira, que
deve se consolidar em 2013, vai obrigar o Brasil a rever suas políticas de
estímulo para frear o aumento da inflação, diz um relatório divulgado hoje (12)
pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na revisão do relatório Regional Economic Outlook
(Perspectivas Econômicas Regionais), sobre a América Latina e do Caribe, o FMI
cita especialmente o Brasil, mas também outros países da região, como o
Uruguai, como exemplos dessa tendência. O fundo projeta inflação de 5% para o
Brasil neste ano e 5,1% em 2013. No mais recente boletim Focus – levantamento
semanal feito pelo Banco Central do Brasil com base em consultas ao mercado –,
a projeção é de 5,42% para 2012 e 5,44% em 2013.
No mês passado, a inflação oficial no Brasil, medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), registrou alta de 0,57%, maior
taxa desde abril e maior variação para o mês de setembro desde 2003. Segundo
dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação já
acumula alta de 3,77% neste ano. O relatório também destaca a política
monetária "especialmente agressiva" do Brasil, ao falar sobre as
reduções na taxa básica de juros (Selic) desde agosto de 2011.
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central anunciou a décima redução consecutiva, passando a Selic para
7,25%, menor patamar da série histórica iniciada em 1996. "Além das
incertezas globais, estas medidas respondem ao objetivo de levar a taxa de
juros real a níveis comparáveis aos de outras economias emergentes", diz o
FMI.
Segundo o FMI, o crescimento na região da América Latina e
Caribe sofreu desaceleração desde abril, quando foi divulgado o último
relatório. "A desaceleração foi mais pronunciada no Brasil, a maior
economia da região", diz o documento. "Onde as incertezas globais e a
aplicação de políticas mais restritivas tiveram impacto maior que o previsto,
sobretudo nos investimentos privados."
O FMI projeta crescimento de 1,5% para o Brasil
neste ano – queda de 1 ponto em relação ao relatório de abril e em linha com a
projeção do mercado, de 1,57% – e 4% em 2013. De acordo com o FMI, a aceleração
do crescimento brasileiro em 2013 será apoiada pelas "importantes medidas
de estímulo implementadas recentemente". Para a região, a previsão é de
3,2% para este ano – 0,6 ponto percentual menor que a previsão de abril – e
3,9% em 2013.
0 comentários:
Postar um comentário