Fonte e fotos: Agência
Brasil
Serrinha, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
Enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem de todo o país participaram ontem (9) de marcha na
Esplanada dos Ministérios, reivindicando a aprovação do Projeto de Lei (PL)
2295/00, que prevê a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.
A manifestação foi organizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem (CFE), Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Saúde (CNTS), Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e
Associação Brasileira de Enfermagem (Aben).
Segundo o secretário-geral da
CNTS, Valdirlei Castagna, a luta dos profissionais da área enfermagem é
histórica. “Vem desde 1955, quando já existiam projetos de lei que pensavam
numa jornada especial, justamente pela peculiaridade do setor, pelo excesso de
trabalho e estresse, entre outros problemas.”
A caminhada começou às 10h, em
frente à Catedral de Brasília, e reuniu, segundo a Policia Militar, cerca de 3
mil pessoas. Por causa da marcha, houve lentidão de cerca de uma hora no
trânsito.
Durante o trajeto, os
manifestantes fizeram uma parada em frente ao Ministério da Saúde para “cobrar
postura e compromisso do [Alexandre] Padilha, [ministro da Saúde] e da
presidenta Dilma [Rousseff], para que eles liberem o Congresso para votação.
Acreditamos que, quando a proposta foi apresentada, eles tinham boas
intenções”, disse Castagna.
O presidente do Sindicato de
Enfermagem do Acre, Raimundo Correia, destacou que a extensa jornada de
trabalho tem causado sérios problemas de saúde aos profissionais. “A gente vê,
todos os dias, ser divulgado na mídia o número de erros de enfermagem, mas
ninguém ataca a causa desses erros. E entendemos que esses erros são também
consequência do estresse, das horas trabalhadas pelos profissionais. A
enfermagem, hoje, no Brasil está doente.”
Técnica de enfermeira há 28 anos,
Márcia Valéria ressaltou, que além da grande jornada, o salário da categoria
também não é favorável. “A maioria dos profissionais tem mais de um emprego,
porque o salário não é bom. Se ganhássemos bem, não precisaríamos disso, ainda
mais com essa jornada que nos sobrecarrega. A gente cuida por amor ao ser
humano.”
Ao chegar em frente ao Congresso
Nacional, os manifestantes concentraram-se no local, dizendo que aguardariam a
audiência pública sobre os problemas da área de enfermagem, prevista para esta
tarde, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. “Queremos
sensibilizar os deputados para a nossa causa, queremos lotar o auditório.”
Mesmo com o clima de chuva, os
manifestantes disseram que permaneceriam no local até o início da audiência
pública na Câmara. “A chuva não vai nos parar. Quem vem de todos os cantos do
Brasil não pode ter medo da chuva. Nosso medo é que continue essa enrolação com
a enfermagem”, diziam os participantes da marcha.
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