Por: Alana Gandra. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: correio24horas.com.br / midiamax.com.br
/ agenciabrasil.ebc.com.br
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Depois das quadrilhas, a grande atração das festas de junho e julho em
todo o país, são as comidas típicas
servidas nesta época do ano. Na lista de quitutes estão desde os pratos à base
de milho – como a canjica, o curau e a pamonha –, os caldos e bolos de diversos
sabores até as cocadas e os doces feitos com amendoim, oferecidos em
barraquinhas, nas quermesses. A médica Flávia Bravo, da Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIM), adverte, no entanto, que o consumidor deve estar atento para
não sofrer contaminações causadas por alimentos típicos deste período.
Segundo ela, as pessoas devem preferir os alimentos frescos e evitar
aqueles que possam ter sido manipuladas ou estar expostos há muito tempo.
“Principalmente se estiver exposto, que as pessoas falem em cima, que possa
cair sujeira ou poeira”, destacou. “Isso pode ser um meio de cultura fácil para
a proliferação de germes patogênicos”, completou. Os caldos e a canjica branca
têm de ser servidos quentes e estar frescos, observou. “Porque, se eles já
foram feitos há muito tempo e o panelão está mantido a uma temperatura morna e
não quente, isso pode levar à contaminação com o tempo.”
Em relação aos alimentos crus, como frutas e verduras, dos quais não se
sabe como foi feita a higienização, a atenção deve ser redobrada. O mesmo
ocorre no caso das carnes, principalmente a de porco. “Além de confiar um pouco
no que se cheira e enxerga, a gente tem que pensar que salsichão, por exemplo,
tem corante. E muitas pessoas desenvolvem alergia por esse corante que pode ter
na pele do salsichão”. Também as comidas feitas com amendoim podem provocar
alergia, advertiu a médica.
Flávia Bravo disse que alguns alimentos podem ser contaminados por
bactérias que produzem toxinas. “O que vai fazer mal para a gente é a toxina
daquela bactéria. Existem os vermes e outros parasitas que são transmitidos, na
verdade, pelas mãos contaminadas de quem manipula o alimento. E você só vai
saber que pegou uma giárdia ou uma lombriga muito tempo depois”.
Ela explicou que os quadros agudos, quando ocorrem, sejam por
intoxicação ou por ingestão de algum vírus que esteja contaminando um alimento,
é um quadro rápido com diarreia, febre eventual, vômito. Criança pequena e
idoso têm que tomar cuidado com a hidratação. Mas, normalmente, os sintomas
passam em um ou dois dias, segundo ela.
A médica alertou, porém, que se esse quadro se estender, é necessária a
supervisão médica. “Uma diarreia que a gente controla com maior ingestão de
líquidos e que não atrapalha muito a sua vida é uma coisa. Mas se é uma
diarreia muito repetida durante o dia, com grandes volumes, muito líquido, se
tem vômito que impede que a pessoa consiga repor o líquido perdido, aí ela
precisa de um médico, de hidratação e outras medidas específicas.”
Sobre o consumo de bebidas alcoólicas, o excesso deve ser evitado, de
acordo com ela. Além disso, o mesmo cuidado quanto à higiene dos alimentos deve
ser observado no caso de sucos, latas, garrafas e copos usados nas festas.