Por: Vitor Abdala. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: exame1.abrilm.com.br / oaltoacre.com/wp
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Os governos federal, estaduais e municipais são responsáveis por apenas
42% dos gastos com saúde no país, enquanto as famílias e instituições sem fins
lucrativos respondem pelos 58% restantes. Segundo dados de 2009, os mais
recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os gastos
públicos em saúde representaram 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto
os gastos privados alcançaram 4,9%.
“Não alcançamos uma universalidade completa com o Sistema Único de Saúde
[SUS]. A criação do SUS possibilitou a melhoria do acesso da população, mas
essa melhoria do acesso ainda não é suficiente para cobrir as necessidades de
saúde. Mais da metade dos gastos totais em saúde no país são gastos privados.
Os gastos públicos não alcançam 50%. Nos países que têm realmente sistemas
universais de saúde, os gastos públicos correspondem a 80%”, disse Lígia
Giovanella, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública.
Segundo ela, além de gastar menos do que as famílias, o Estado
brasileiro também gasta menos do que outros países que possuem sistemas
públicos universais, como a Espanha, o Reino Unido e a Suécia, que investem em
torno de 7% a 9% do PIB.
“O SUS sofre de um subfinanciamento crônico. Quando a população vai às
ruas clamar por mais recursos públicos na saúde, ela tem toda razão. Nosso
gasto público com saúde é menor do que 4%. A gente precisa de pelo menos 8% do
PIB. Precisamos dobrar os gastos. Nossas riquezas nacionais nos permitiriam ter
gastos mais elevados com saúde”, disse.
De acordo com os últimos dados do próprio Ministério da Saúde, relativos
a 2010, os gastos federais com saúde representaram R$ 63 bilhões.
Segundo a
assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o governo quase triplicou
investimentos no setor entre 2002 e 2012, já que o valor investido na saúde
passou de R$ 28,3 bilhões em 2002 para R$ 95,9 bilhões em 2012. Para 2013, há
uma previsão de aumento para R$ 99,3 bilhões.
Além disso, de acordo com a assessoria, o ministério cumpre a Emenda
Constitucional 29/2000, que determina que o investimento na saúde deve ser do
mesmo valor do ano anterior, acrescido da variação nominal do PIB. De 2008 a
2012, o Ministério da Saúde diz que executou R$ 4,9 bilhões acima do exigido.
Em nota divulgada pela assessoria, o ministério vem adotando uma série
de ações para aprimorar a gestão e otimizar o uso de recursos do SUS. As
medidas incluem compra centralizada de produtos estratégicos, negociação direta
do ministério com fornecedores, adoção de bancos de preços internacionais e
produção nacional de medicamentos por meio de parcerias entre laboratórios
públicos e privados.
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