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domingo, 23 de junho de 2013

Resumo do terceiro dia de protesto em Salvador

Por: Tiago Di Araujo. Fonte: IBahia.
Fotos: Tiago Di Araujo
Serrinha, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)

Manifestantes tentam acordo com a polícia
Manifestantes e policiais entraram em confronto, causando pânico para os moradores do local

Momentos antes do início do jogo entre Brasil e Itália, por volta das 15h50, manifestantes chegaram às proximidades do Dique do Tororó, onde policiais militares e da tropa de choque já estavam posicionados para evitar o avanço.

Os manifestantes alegavam o direito de ir e vir, querendo chegar o mais próximo da Arena Fonte Nova para maior visbilidade do protesto. Enquanto os mais pacíficos pediam para respeitar o limite dado pela polícia, que não demonstrava nenhuma reação.


Entre os gritos de protesto, um rojão foi disparado contra os policiais, que revidaram com bombas de efeitos moral, dando início ao confronto e correria. Alguns integrantes da manifestação ainda buscavam a pacificidade, mas sem sucesso.

Em reação à atitude dos manifestantes, a polícia começou a avançar com o objetivo de dispersá-los, sendo atacados com pedras, garrafas e rojões. Aos poucos, os policiais avançaram e protestantes recuaram em direção aos Barris. Curiosos em suas casas que acompanhavam o confronto, se mostravam assustados com o cenário.


O dono de um bar do local, que não quis se identificar, contou que os manifestantes quiseram invadir o estabelecimento. "Eles (manifestantes) queriam invadir o bar para pegar as garrafas para jogar na polícia. Antes eu consegui fechar as portas", explicou.

Sem conseguir rebater os policiais, protestantes partiram para o vandalismo. Da Praça João Mangabeira ao Politeama, pontos de ônibus foram destruídos, placas arrancadas e lixeiras foram queimadas, causando transtorno geral para quem estava no local.


Com a chegada da tropa policial às proximidades da Delegacia dos Barris, todos os integrantes da manifestação se dispersaram, dando fim aos protestos no local. Confira as fotos da manifestação e confronto entre protestantes e policiais.

Guerra no Iguatemi - No início da noite de sábado (22), o Batalhão de Choque da Polícia Militar e manifestantes também entraram em confronto na região do Iguatemi. O local se transformou numa verdadeira praça de guerra. O confronto começou por volta das 18h. De acordo com relatos de testemunhas, policiais militares insistiram para que o trânsito fosse liberado em uma das vias da Avenida Tancredo Neves.


Um grupo com cerca de 50 manifestantes  — de 6 mil que haviam participado da marcha, segundo a PM — estava sentado na pista. “Um coronel pediu a liberação de uma pista e os manifestantes conversavam com ele para chegar a um acordo. Mas o Batalhão de Choque chegou e com ele não teve diálogo. Já veio atacando”, diz o vendedor Bruno Soares, 20. “Eles lançaram bombas de efeito moral e atiraram bala de borracha na gente”, disse Gabriel Nascimento, estudante de Direito da Ufba. 

O ambulante Isac Santana, que trabalha em frente ao shopping, reclamou da ação da polícia. “Os ambulantes todos saíram correndo em pânico. Eu estou com meu filho de 10 anos de idade aqui e fiquei com muito medo do que poderia acontecer com ele. Por que a polícia acha que tem direito de fazer greve, mas não deixa a população se manifestar em paz?”, questionou.


Depredação - Em seguida, uma onda de depredação se instalou. Pontos de ônibus foram destruídos, placas de sinalização arrancadas, relógios digitais danificados, tonéis de lixo incendiados e até os vidros da agência bancária do Bradesco, ao lado do Edifício Capemi, foram quebrados.

Desesperadas, pessoas correram para se abrigar no shopping. Algumas passando mal por causa dos gases lançados pelos policiais. O Iguatemi fechou as portas e, segundo a assessoria do shopping,  ficou fechado até às 22h.


Após a ação no Iguatemi, um grupo de 500 manifestantes seguiu em direção à Avenida Paralela. Atravessaram ônibus na pista e bloquearam as vias. Após acordo com a PM, o trânsito foi liberado. Até o fechamento da edição, às 22h30, uma via permanecia bloqueada.

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