Por: Vitor Abdala. Fonte:
Agência Brasil
Fotos: blogs.diariodepernambuco.com.br / allejo.com.br
Baffoe disse que os jogadores vítimas de preconceito não devem lutar
sozinhos contra o racismo, mas devem ter o apoio de todo o time, mesmo daqueles
jogadores que não sofrem com isso.
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) aproveitará as duas
semifinais da Copa das Confederações do Brasil, que ocorrem nesta quarta-feira
(26) e amanhã (27), para levar aos torcedores mensagens contra o racismo. A
ação faz parte das comemorações aos Dias contra o Racismo, instituídos pela
federação em 2002 e, desde então, celebrados com campanhas todo ano, em jogos
oficiais da Fifa.
Além de mostrar um vídeo aos torcedores, que propaga a ideia de unidade,
igualdade e respeito, os capitães das equipes do Brasil, da Espanha, do Uruguai
e da Itália lerão mensagens antes do inicio das partidas em Belo Horizonte (hoje)
e Fortaleza (quinta-feira).
O ex-jogador da seleção de Gana e da Liga Alemã de Futebol Anthony
Baffoe disse a modalidade é um importante instrumento de combate ao preconceito
de todos os tipos. Segundo ele, houve avanços no combate ao racismo, mas ainda
há um longo caminho a percorrer.
Hoje oficial da Fifa, que atua na Copa das Confederações como
coordenador do Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, Baffoe já foi
algumas vezes vítima do preconceito racial, quando era jogador de futebol.
"Uma vez durante um jogo, havia outro jogador negro no outro time e
a torcida do meu time começou a fazer barulhos de macaco toda vez que ele
tocava na bola. Então chutei a bola para a lateral e fui falar com o técnico
para que ele pedisse à torcida que parasse com aquilo, porque também estava me
atingindo, um jogador do próprio time deles. Isso machuca", disse.
Em outra ocasião, ele se viu vítima de comentários racistas de um colega
do próprio time no vestiário. "Eu lhe dei um tapa. O técnico e o presidente
do time vieram me falar que eu não deveria ter feito aquilo, mas eu lhes disse
que faria de novo, porque ninguém deve falar sobre a minha aparência, minha cor
ou minha família. É claro que não deveria ter recorrido à violência",
lembrou.
Crédito imagem: C3.bp.blogspot.com |
Segundo ele, a Rússia, país-sede da Copa do Mundo de 2018, é um dos
lugares mais problemáticos hoje em dia. Segundo ele, vários casos de racismo
foram registrados contra jogadores. Mas o ex-jogador acredita que a Copa do
Mundo será uma excelente oportunidade para que os russos aprendam a respeitar
as diferenças raciais.
A Fifa condena o racismo e prevê sanções por meio de vários documentos
como os códigos de Ética, Conduta e Disciplinar, além do seu próprio estatuto.
Em casos de racismo, o oficial da partida faz um relatório, que é analisado por
uma comissão disciplinar e pode resultar em punições como a suspensão por
alguns jogos.
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