Por: Luana Lourenço e Wellton
Máximo. Fonte e fotos: Agência Brasil
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
A presidenta Dilma Rousseff prometeu chamar os governadores e prefeitos
das principais cidades do país e os líderes das manifestações populares para um
grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. Em pronunciamento em
cadeia nacional de rádio e TV, Dilma anunciou que as ações do governo terão
três focos.
O primeiro será a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que
privilegie o transporte coletivo. O segundo é a destinação de 100% dos
royalties do petróleo para a educação, proposta que está em discussão no
Congresso. Para melhorar a saúde, Dilma prometeu trazer mais médicos do
exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a presidenta, o vigor das manifestações pode ser
aproveitado para que sejam tomadas medidas que beneficiem a população e já
começaram a produzir resultados, como a redução das tarifas de ônibus em
diversas cidades brasileiras.
“As manifestações desta semana trouxeram importantes lições. As tarifas
baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que
aproveitar o vigor das manifestações para produzir mais mudanças que beneficiem
o conjunto da população brasileira”, declarou.
A presidenta citou a trajetória de defesa da democracia durante a ditadura
como motivo para levar as reivindicações em consideração. “A minha geração
lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos,
torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada
e não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros”.
Dilma disse ainda que não deixará de combater a corrupção. “Sou a
presidenta de todos os brasileiros. Dos que se manifestam e dos que não se
manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática. Ela reivindica
um combate sistemático à corrupção e ao desvio de dinheiro público. Todos me
conhecem. Disso eu não abro mão”
A presidenta prometeu ainda conversar, nos próximos dias, com os chefes
dos outros poderes, governadores e os prefeitos das principais cidades do país
para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. Ela anunciou
ainda que pretende receber os líderes das manifestações pacíficas,
representantes de organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos
de trabalhadores e das associações populares.
A mensagem foi ao ar em cadeia nacional de rádio e TV. Dilma passou o
dia discutindo os protestos e manifestações que ocorrem no país e que ontem
(20) reuniram quase 2 milhões de pessoas
em 438 cidades. De manhã, a presidenta se reuniu com ministros, entre eles o da
Justiça, José Eduardo Cardozo. Também recebeu o presidente do Senado, Renan
Calheiros, e o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
dom Raymundo Damasceno.
A onda de manifestações pelo país começou em São Paulo, reivindicando a
revogação do reajuste da tarifa de ônibus de R$3 para R$3,20. O governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, Fernando Haddad, voltaram
atrás no reajuste, mas os protestos continuaram e se ampliaram pelo país.
Entre as causas defendidas pelos manifestantes estão o fim da
impunidade, da corrupção e a crítica aos gastos públicos com a Copa das
Confederações e a Copa do Mundo. Também são contrários à Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 37, que limita o poder de investigação do Ministério
Público.
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