Por: Wellton Máximo. Fonte: Agência Brasil / IBahia
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Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante do
Blog MUSIBOL)
Incentivada por ações de planejamento que concentram a
fiscalização em grandes empresas, a Receita Federal bateu recorde nas autuações
em 2013. Segundo dados divulgados há pouco pelo órgão, as autuações somaram R$
190,2 bilhões no ano passado, crescimento de 63,5% em relação aos R$ 116,3
bilhões registrados em 2012.
De acordo com o Fisco, o valor foi resultado de 20,4 mil
procedimentos de auditorias externas e de 308,6 mil revisões de declarações de
pessoas físicas, jurídicas e de proprietários rurais nas quais foram
identificadas irregularidades. O número de auditorias externas subiu 13,5%, e o
total de declarações revisadas aumentou 9,5% no ano passado.
Para o coordenador-geral de Fiscalização da Receita, Iágaro Jung
Martins, a concentração da fiscalização de grandes contribuintes, em vigor
desde 2010, foi o principal fator que contribuiu para o aumento nas autuações.
“O grande responsável foi a qualidade da seleção dos contribuintes a serem
fiscalizados antes de iniciarmos a auditoria. Isso resulta numa fiscalização
mais efetiva e num volume maior de autuações”, disse.
O maior volume de autuações no ano passado concentrou-se na
indústria, cujo crédito tributário atingiu R$ 74,4 bilhões. O maior
crescimento, no entanto, foi registrado entre os bancos, cujas autuações
somaram R$ 42,1 bilhões, com alta de 167,5% em relação ao valor registrado em
2012. A mudança na estratégia do Fisco, ressaltou Martins, resultou no índice
de 91,14% de fiscalizações encerradas com resultado em 2013, contra 89,53% em
2012.
Segundo o coordenador, atualmente, a Receita tem uma equipe de 600
auditores fiscais especializados em identificar irregularidades tributárias
monitorando bancos de dados de grandes contribuintes. Somente então, os casos
suspeitos são escolhidos para ser investigados. “Não vale a pena sonegar e
descumprir a norma. Temos condições de descobrir e autuar o contribuinte”.
Dos R$ 190,2 bilhões registrados nas autuações, o Fisco conseguiu
reaver R$ 30,7 bilhões para os cofres públicos em 2013. O valor, no entanto,
foi influenciado pelos parcelamentos especiais para bancos, seguradoras,
multinacionais, criados no ano passado, e pela reabertura do Refis da Crise,
responsáveis pela arrecadação de R$ 21,8 bilhões.
O valor restante, R$ 8,9 bilhões, foi obtido efetivamente pelas
auditorias e revisões de declarações. Mesmo assim, a arrecadação representa uma
alta expressiva em relação a 2012, quando as autuações tinham resultado na
arrecadação de cerca de R$ 4,6 bilhões.
O coordenador-geral de Fiscalização da Receita disse que o prazo
médio de recuperação do valor autuado corresponde a quatro anos, quando o
contribuinte apenas contesta a dívida na esfera administrativa. O intervalo,
ressaltou Martins, aumenta ainda mais quando o contribuinte recorre à Justiça.
“O modelo de cobrança tributária no Brasil prevê duas esferas de análise,
administrativa e judicial. Em outros países não é assim. A recuperação é mais
rápida”, criticou.
Apesar do recorde em 2013, a Receita não espera repetir este ano o
recorde de autuações. Atualmente, 17,2 mil contribuintes estão sendo
investigados – 2,1 mil grandes empresas, 8,4 mil médias e pequenas empresas e
6,6 mil pessoas físicas. Desse total, o Fisco espera autuar cerca de R$ 140
bilhões.De acordo com Martins, a queda ocorrerá porque uma grande operação no
fim de 2012 influenciou o valor das autuações no ano passado, fato que não se
repetirá neste ano.Prévia do Índice de Confiança da Indústria mantém
estabilidade, segundo FGV
A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) se manteve
estável na passagem de dezembro para janeiro, de acordo com a Fundação Getulio
Vargas (FGV), com avanço de 0,1%. Caso a prévia se confirme, o indicador
atingirá 100 pontos, ainda abaixo da média histórica recente, de 104,5 pontos.
A estabilidade foi provocada pela queda do otimismo em relação ao
futuro – o Índice de Expectativas caiu 1,4%, combinada com aumento da confiança
no momento presente – o Índice da Situação Atual subiu 1,6%.
Os dados preliminares indicam aumento de 0,4 ponto percentual no
Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), que alcançou 84,7%.
A
prévia da Sondagem da Indústria é calculada com base na consulta a 806
empresas, realizada entre os dias 06 e 17 deste mês.
O resultado final da
pesquisa será divulgado na próxima quarta-feira (29).
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