Por: Alana Gandra. Fonte: Agência Brasil / IBahia
Fotos: bomprogresso.rs.gov.br / tce.am.gov.br
/ tianguaemfoco.blogspot
Edição: Jorge Luiz da Silva.
Serrinha, BA (da redação Itinerante do
Blog MUSIBOL)
Em comparação a outros
países, o Brasil ainda está atrasado em
termos de transparência, simplificação e integração de processos de interesse
das empresas nacionais para a melhoria do ambiente de negócios. Isso diz respeito
à obtenção e renovação de licenças para as empresas, cumprimento de obrigações
tributárias e previdenciárias e operações de exportação e importação.
A conclusão está contida no
estudo Melhorando o Ambiente de Negócios no Brasil: Ações para Reduzir a
Burocracia, divulgado hoje (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan). A publicação deixa claro que transparência envolve não só
o conteúdo disponibilizado, mas a visão global do processo e o prazo.
“Disponibilizar o conteúdo é
suficiente para ser transparente? Ficou claro que não. A gente tem informação
no Brasil. Mas falta ir além. Tem a informação de como fazer, mas falta o
prazo, a informação do estágio em que se acha o processo. E isso se reflete em
números”, destacou em entrevista à Agência Brasil a economista Júlia Nicolau
Butter, especialista em competitividade industrial e investimentos da Firjan.
O comparativo do Brasil com 19
países, feito a partir do relatório Doing Business (Fazendo
Negócios), do Banco Mundial (Bird), mostra que o conteúdo disponibilizado não é
suficiente para que o país seja transparente e reduza a burocracia. Foram
analisados Alemanha, Arábia Saudita,
Brasil, Canadá, Catar,
Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Estados Unidos, França, Hong
Kong, Índia, Japão, México, Nova
Zelândia, Portugal, Reino Unido e Rússia.
O relatório do Bird mostra
que o prazo para abertura de uma empresa
alcança média de 107 dias no Brasil, contra um dia na Nova Zelândia e três dias
em Cingapura, apesar de o nosso país ter recebido, como essas nações, nota 10
no caso de obtenção e renovação de registros e licenças para as empresas.
“Nossa média está muito alta”, comentou Júlia. Para os outros 19 países
analisados, a média de abertura de empresas são dez dias.
Júlia disse que é também
inadmissível que no Brasil sejam necessários 325 dias, ou 2.600 horas, para que
se cumpram todas as exigências tributárias e trabalhistas, enquanto a média nos
demais países são 21 dias, ou 171 horas.
“Comparado com outros países,
nós não estamos atrás da questão de oferecer a informação. O problema é
que temos que melhorar a qualidade da
informação que a gente dá, acrescentando prazo e a visão de processo como um
todo. É isso que falta. Melhorar a informação para permitir a transparência por
completo”, argumentou Júlia Nicolau.
A Firjan vai encaminhar carta para a presidenta Dilma
Rousseff e para o governador Sérgio Cabral Filho, alertando sobre a
necessidade que sejam cumpridas as leis
federais e estaduais que contribuem para a redução da burocracia.
Cópia do documento será enviada
ao Ministério Público, para que a instituição possa acompanhar essa questão. A
Firjan pretende, ainda, encaminhar projeto de lei para que os municípios
regulamentem a criação da Carta de Serviços ao Cidadão, instituída pelo Decreto Federal 6.932/2009,
que regulamenta a simplificação do atendimento prestado pelos órgãos e
entidades do Poder Executivo ao público.
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