Por: Kelly Oliveira. Fonte: Agência Brasil
Imagens: empresasefinancas.hsw.uol.com.br e Agência Brasil
Edição:
Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da
redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
A taxa básica de
juros da economia (Selic), atualmente em 10% ao ano, deve continuar a subir em
2014 para conter a alta de preços no país, estimam especialistas. A primeira
reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
(BC), que define a Selic, está marcada para os dias 14 e 15 deste mês.
Ontem (10), o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2013 em 5,91%. Em 2012, a
inflação ficou em 5,84%. A expectativa do presidente do Banco Central (BC),
Alexandre Tombini, de que a inflação em 2013 seria menor do que a de 2012, não
foi alcançada.
A previsão do Banco
Central, divulgada no Relatório de Inflação, era que o IPCA ficaria em 5,8% no
ano passado. O IPCA, em 2013, também fechou o ano acima da projeção de
instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC (5,74%). O IPCA ficou
acima do centro da inflação (4,5%), que deve ser perseguido pelo BC, mas abaixo
do limite superior (6,5%).
Para o coordenador
de Estudos Econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade (Anefac,) Miguel Ribeiro de Oliveira, o Copom
deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião da próxima semana.
Oliveira acredita que, se o resultado da inflação no ano passado não tivesse
ficado acima das expectativas, o comitê poderia aumentar a Selic em 0,25 ponto
percentual nesta reunião.
Oliveira destaca que
um dos fatores que estimularam a inflação no país foi a alta do dólar. O dólar
em alta gera aumento da inflação no país porque encarece o preço de produtos e
insumos importados. Para Oliveira, o Copom continuará a aumentar a Selic após a
reunião deste mês, se houver alguma pressão maior no câmbio.
Para o economista
Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do Banco Central, a inflação não está fora
de controle, mas está se mantendo em patamar elevado. Para que a inflação ceda,
é preciso manter o ciclo de alta da Selic. Além disso, Freitas destaca que o
governo deveria reduzir gastos e ser mais transparente em relação às contas
públicas, eliminando artifícios contábeis para cumprir a meta de superávit
primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública.
“Essa é a receita
clássica [aumento da Selic e redução de gastos], desagradável, mas necessária
no momento. Assim, a economia sairia com crescimento e investimentos”, diz
Freitas.
Para o economista,
se o governo reduzisse gastos, a Selic poderia fechar 2014 em 11% ao ano. “Se
não tiver essa ajuda, acredito em 12,5% [ao ano].”
No ano passado, como
medida para tentar conter a inflação, o Copom elevou a Selic em 2,75 pontos
percentuais. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda
aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança.
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