Por: Isabela Vieira. Fonte e fotos:
Agência Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Dez anos depois de entrar em vigor,
o Estatuto do Idoso garantiu uma série de benefícios individuais à população
com mais de 60 anos no país. Porém, quando o assunto é violência e acesso à
Justiça, faltam políticas públicas e investimentos, conforme avaliação da
advogada especialista em direito da família e ex-desembargadora Maria Berenice
Dias.
De acordo com a jurista, o estatuto
é um importante instrumento para assegurar direitos e serviu para esclarecer
questões controversas, como o pagamento de pensão alimentícia a idosos pelos
familiares.
Com a lei, ficou claro que qualquer filho, por exemplo, pode ser obrigado
judicialmente a pagar pela alimentação dos pais com mais de 60 anos, explicou
Berenice.
No entanto, o próprio acesso à
Justiça permanece um problema para os idosos, avalia.
Ela aponta a necessidade
de expansão de delegacias especializadas e de varas de Justiça para assegurar,
também, serviços públicos como acesso a remédios, tratamento de saúde e medidas
protetivas. “A questão da violência é bastante significativa e os idosos não
sabem como lidar.”
A punição a pessoas que cometem atos
de violência contra idosos é um avanço do estatuto que tem resultados práticos,
na opinião de Berenice. Para a cuidadora de idosos Josefa Ferreira de Medeiros,
53 anos, há uma certeza de que quem “judiar” dos idosos será punido. “Tem que
ser assim, cercado de amor e de carinho”, completou a cuidadora, que atende
paciente com Alzheimer.
Para Berenice, mesmo dez anos depois de entrar
em vigor, os governos, em especial as prefeituras, deveriam se empenhar em
divulgar o documento e disponibilizar serviços para que idosos com dúvidas
sobre seus próprios direitos possam se esclarecer melhor e procurar ajuda.
Mais informação e educação também é
o que falta para o estatuto sair do papel na opinião da corretora Cleuza Souza,
de 64 anos. Para ela, as pessoas pensam que nunca vão envelhecer. “Quem de novo
não morre, de velho não escapa. As pessoas precisam aprender a respeitar a
idade”.
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