Por: Roberto Midlej. Fonte e
foto: Ibahia
Serrinha, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
Eles se apresentam quarta-feira
na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, às 20h
Ele já tirou onda de punk quando
era adolescente, foi baterista de bandas de rock, tocou cavaquinho com o tio e
agora faz “música brasileira”, como ele mesmo classifica. “Mas não é MPB,
afinal não somos lá muito populares”, brinca o baiano Luisão Pereira, 44 anos,
produtor e músico da Dois em Um, formada também por sua mulher, a carioca
Fernanda Monteiro, 32, que canta e toca violoncelo.
Eles se apresentam quarta-feira
na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, às 20h, com ingressos a R$ 20/R$ 10, no
show de lançamento do disco Agora, que sucede o álbum de estreia, de 2009,
batizado com o nome da dupla. A expectativa dessa vez é maior, já que o
primeiro ganhou elogios de veículos como O Globo e O Estado de S.Paulo.
Kassin
Ao contrário do primeiro
trabalho, que não havia sido concebido como um álbum, este segundo já tinha um
projeto que previa o formato. “O
primeiro, fomos lançando na internet,
aos poucos, enquanto Agora ganhou o patrocínio da Conexão Vivo, o que permitiu
que ele fosse concebido como álbum desde o início”, compara.
Como na estreia da dupla, Luisão é o produtor de Agora. “Preferia não
produzir, porque seria melhor ter alguém para me podar”, diz o músico, que tem
uma experiência de nove anos como baterista da banda Penélope e em Agora toca,
além da bateria, guitarra portuguesa, cavaquinho e outros seis instrumentos.
Mas acabou tendo que encarar a
produção por uma questão legal. O edital que rendeu o patrocínio previa que 80%
do orçamento do disco fosse destinado à Bahia. Por isso, não pôde contratar o
produtor que sonhava, o carioca Kassin. Ainda assim, como grande amigo, ele deu
uns bons palpites.
Além de ter sido uma espécie de
consultor informal, Kassin foi responsável por apresentar o compositor Ronaldo
Bastos à dupla. É dele a letra de Você Tem o Que Eu Preciso. “Quando Kassin me
sugeriu que ele poderia compor a letra, eu tomei um susto. Eu disse: ‘Como
assim, que Ronaldo Bastos’?!”, disse Luisão, sem acreditar que o importante
compositor de músicas como Nada Será Como Antes e Fé Cega, Faca Amolada e Cravo
e Canela faria uma letra para ele.
A canção Compadre é composição do
sambista Ederaldo Gentil (1947-2012), tio de Luisão e responsável pela
introdução do sobrinho no universo musical. “Foi ele que me deu meu primeiro
instrumento, um cavaquinho”, lembra.
João Gilberto
“Mas aos 11 ou 12 anos queria
bancar o roqueiro e reneguei MPB. Só depois dos 20 anos fui entender a
genialidade de João Gilberto e o samba de meu tio”, diz Luisão, que nasceu em
Juazeiro, onde morava perto da casa da família de João Gilberto e de Galvão,
dos Novos Baianos. Hoje, ele percebe que poderia ter aproveitado melhor o
privilégio daquela vizinhança.
Se no primeiro disco, Luisão e
Fernanda fizeram tudo sozinhos, dessa vez contaram com participações de músicos
e cantores. Saturno, por exemplo, conta com os irmãos paulistas Tulipa e
Gustavo Ruiz. Tem ainda Rebeca Matta, em Festim, e Humberto Barros em Você Tem
o Que Eu Preciso. Já Letieres Leite fez o arranjo de sopros em Matinê, que tem
a participação de músicos da Orkestra Rumpilezz.
No show de quarta-feira, Luisão e
Fernanda estarão novamente bem acompanhados por Nana (teclado), Felipe Dieder
(bateria) e CH (baixo). “O primeiro show tinha muito eletrônico porque éramos
só eu e Fernanda no palco. Mas agora sentimos necessidade de uma banda”,
explica.
Matéria original: Correio 24h
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