Por: Débora Zampier. Fonte: Agência
Brasil.
Em ofício encaminhado ao STF no
dia 14 de fevereiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que a solução
encontrada pelo ministro iria causar um “colapso institucional” no Legislativo.
Segundo a AGU, caso a decisão seja mantida, haverá prejuízo estimado de R$ 470
bilhões aos cofres públicos, além de trancamento da pauta do Congresso pelos
próximos três anos.
Fotos: jornaldachapada.com.br / topgyn.com.br
Salvador, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
O Supremo Tribunal Federal (STF)
deve definir hoje (27) o método de apreciação dos vetos presidenciais pelo
Congresso Nacional – se cabe ao Judiciário interferir nessa questão. Está na
pauta da tarde o mandado de segurança em que o ministro Luiz Fux determinou a
apreciação de 3 mil vetos em ordem cronológica, criando um impasse político que
já dura meses.
No fim do ano passado,
parlamentares dos estados produtores de petróleo acionaram o Supremo depois que
o Congresso decidiu apreciar, em regime de urgência, os vetos da presidenta
Dilma Rousseff à nova Lei dos Royalties do petróleo. Os vetos contrariavam
interesses majoritários no Parlamento, mantendo as regras atuais de
distribuição para os estados produtores.
A liminar de Fux atendeu ao
mandado de segurança de autoria do deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ).
Embora a decisão tenha tratado apenas sobre vetos, parte dos parlamentares e o
Executivo entenderam que a liminar deveria suspender toda a pauta do Congresso,
inclusive a votação do Orçamento da União de 2013.
Um artigo da Constituição
determina que todos os vetos presidenciais precisam ser analisados pelo
Legislativo no prazo de 30 dias, sob pena de trancamento da pauta, o que nunca
foi seguido. Não há referência explícita, no entanto, à necessidade de
apreciação em ordem cronológica estabelecida por Fux.
A União pede que o STF
reconsidere a decisão de Fux, colocando a ordem cronológica apenas para os
vetos que ainda estão dentro do prazo de validade, ou seja, que foram editados
nos últimos 30 dias. O STF terá que decidir se isso é possível, além de
averiguar se a data de referência é a de entrada do mandado de segurança (dezembro
do ano passado) ou de apreciação do assunto pelo plenário.
Em movimento oposto à AGU,
parlamentares dos estados produtores e da oposição também procuraram ministros
do Supremo e entregaram memoriais para defender a liminar de Fux. Os
parlamentares argumentam que o Congresso Nacional não pode votar apenas o que
tem interesse, contrariando a legislação em vigor e passando por cima do
interesse de minorias.
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