Por: Luciano Nascimento. Fonte: Agência
Brasil.
Fotos: ne10.uol.com.br / zecarlosborges.blogspot.com
Serrinha, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
Os levantamentos feitos pela
Comissão Nacional da Verdade (CNV) estimam que 50 mil pessoas foram, de alguma
forma, afetadas e tiveram direitos violados pela repressão durante a ditadura
militar. O número inclui presos, exilados, torturados, mas também familiares
que perderam algum parente nas ações durante o período de 1964 a 1985, além de
pessoas que sofreram algum tipo de perseguição.
A CNV reuniu nesta segunda-feira
(25) representantes de comissões estaduais e de várias instituições para
apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com
quatro organizações.
A CNV assinou termos de
cooperação com a Associação Nacional de História (Anpuh), com o Conselho Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Direito (Conpedi), com a Federação Nacional dos Jornalistas
(Fenaj) e com o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. “Estamos
compartilhando nossa metodologia, nossa estratégia com uma ampla gama de
comissões da verdade já criadas, algumas em criação e outros grupos que estão
em processo de criação de suas comissões”, disse o coordenador da CNV, Paulo
Sérgio Pinheiro.
Pinheiro disse que os convênios
assinados firmam parcerias de colaboração e troca de informações. “São acordos
de cooperação e basicamente põem à serviço dessas instituições nossas
competências, como por exemplo, o acesso aos arquivos e eventuais convocações
para depoimentos,” disse.
Recentemente, a Comissão Nacional
da Verdade recebeu da Petrobras mais de 400 rolos de microfilmes, além de
microfichas e documentos textuais. O material, de acordo com a CNV, ajudará a
entender como o regime militar monitorava os trabalhadores da empresa.
O coordenador da CNV estima que
até o momento a comissão examinou “por baixo” cerca de 30 milhões de páginas de
documentos e que fez centenas de entrevistas. Pinheiro disse que, em função do
volume de informações, a CNV deve continuar pesquisando até o final de 2013,
quando a comissão deverá ter o esqueleto do relatório final em mãos. “O
relatório tem que estar nas mãos da presidenta da República até dia 16 de maio.
Em princípio, acordamos entre nós que até dezembro a grande minuta do relatório
tem que estar pronta”, disse.
Edição: Fábio Massalli //O texto
foi atualizado às 19h35 para ajuste de informação e às 20h13 para correção de
informação: a ditadura militar foi de 1964 a 1985 e não de 1964 a 1988, como
tinha sido publicado
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