Por: Yara Aquino. Fonte: Agência
Brasil.
Foto: ebc.com.br
Serrinha, BA (da redação do Blog
MUSIBOL)
Com eventos que vão reunir
grandes multidões previstos para ocorrer no Brasil nos próximos anos, como a
Copa do Mundo e as Olimpíadas, cresce a preocupação com a segurança nos
ambientes de grande aglomeração. Para aprimorar o planejamento nesses locais,
pesquisadores brasileiros desenvolveram um software que leva em conta os
diferentes perfis do público para mapear a velocidade com que as pessoas se
deslocam, o tempo gasto para esvaziar o ambiente e os pontos de maior
concentração em situações de normalidade e de emergência.
O software, chamado CrowdSim,
reproduz virtualmente o local onde ocorre o evento com a localização de portas,
banheiros, lanchonetes e faz as previsões sobre o tempo de descolamento, além
da porcentagem de pessoas que ao término de um espetáculo artístico ou jogo se
dirige para a saída, a parcela que passa antes em banheiros ou mesmo não se
desloca imediatamente. As simulações são feitas levando em consideração o
comportamento do público, que será diferente se for um show de rock, um evento
infantil ou esportivo.
Todo o mapeamento serve para
simular diversos cenários e elaborar o planejamento para diferentes situações,
entre elas, tumultos e urgência em esvaziar o ambiente. Também serve para
planejar alterações para dar mais conforto ao público e pode ser usado tanto em
ambientes fechados quanto abertos, como praças.
O CrowdSim foi desenvolvido pela
equipe de pesquisadores do Laboratório de Simulação de Humanos Virtuais da
faculdade de informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul (PUC-RS). A coordenadora do projeto, Soraia Raupp, explica que a ideia é
usar a simulação virtual do ambiente para exibir vídeos ao público com
orientações como e onde está a saída, o banheiro, a lanchonete e o serviço
médico mais próximos de cada setor e o que fazer em caso de incidentes.
“Pode se usar o software antes de
construir o ambiente, enquanto ele existe só em planta para orientar a
construção. Depois do ambiente construído, para planejamento, para treinamento
do setor de segurança e, depois, para alertar à população”, explica Soraia
Raupp.
A primeira simulação do software
foi feita no Estádio Olímpico João Havelange, conhecido como Engenhão, no Rio
de Janeiro, à medida que o produto era desenvolvido. O software ainda não está
à venda, pois deve passar por aprimoramento, mas a expectativa, de acordo com a
coordenadora do projeto, é que custe até dez vezes menos que similares
importados.
O software levou cerca de um ano
e meio para ser desenvolvido e teve financiamento da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
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