Por: Marcelo Brandão. Fonte: Agência
Brasil.
Foto: jornaldachapada.com.br
Salvador, BA (da redação do Blog
MUSIBOL)
No último dia do 2º Encontro
Nordestino de Cordel, cordelistas e repentistas de vários estados decidiram
criar o seu sindicato nacional. Duas propostas foram colocadas em votação: a
que previa sindicatos estaduais e a de um sindicato único de âmbito nacional,
com o apoio de delegacias estaduais. Foi aprovada a proposta de sindicato
único. “Entendemos que fica mais fácil fazer essa administração no momento. Da
outra forma, haveria a possibilidade de, em vez de criar um sindicato forte,
criar dez ou 15 sindicatos fracos”, disse o repentista Antônio Lisboa Filho,
que participou da mesa de discussão.
Para Chico de Assis, organizador
do encontro e também repentista, a criação de um sindicato para a categoria foi
um dos temas centrais dos três dias de evento. “O tema mais polêmico foi a
questão do sindicato. Mas foi muito bem esclarecido. Agora a gente está sabendo
que passo tem que ser dado para chegar lá”, declarou. Agora, os repentistas
deverão instalar uma comissão que será responsável por desenvolver o estatuto
do sindicato e levá-lo à apreciação das associações da categoria em todo o
país.
Lisboa Filho entende que a
entidade de classe ajudará os repentistas a conquistar a aposentadoria, outro
tema discutido no encontro. “Pessoas pensam que cordelistas, repentistas e
declamadores não têm patrões. Mas nós trabalhamos na promoção de eventos,
trabalhamos para empresas, para órgãos governamentais, e temos questões de
direitos autorais. O sindicato é um órgão que vai aglutinar uma grande
quantidade de cantadores, que precisam de um sindicato para defender”, disse.
Para ele, o evento alcançou seu objetivo. “Em regras gerais, atendeu às
expectativas. Existem algumas questões mais internas, que serão mais bem
debatidas. Mas essa discussão começa aqui e vai pros estados, discutidas nas
associações”.
Assis tem a mesma opinião do
colega, e acredita que o encontro de Brasília foi um início de uma série de
debates maiores. “Eu acho que o encontro valeu. O embate foi ótimo, a gente vai
levar um legado proveitoso desse encontro. Agora, a gente vai definir as
comissões, para poder encaminhar aos órgãos competentes e lutar pelos direitos
dessa categoria, que busca esses avanços através do processo de luta”.
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