Fonte e fotos: Ibahia
Diretoria começou a montar o time
desde o início de 2012, esteve eufórico, passou por problemas, mas atingiu seu
objetivo
Torcida teve papel importante no
acesso rubro-negro
Salvador, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL) – O Vitória armara um time forte para competir pelo acesso bem
antes da Série B. Apesar do vice-campeonato baiano, poucos ajustes foram feitos
para a Segundona. Afinal, a direção aprendeu com os erros do ano passado,
quando montou o time em cima da hora e não conseguiu o acesso ao final da
competição.
Pedro Ken, Dinei, Victor Ramos,
Tartá, Michel... Com o reforço de alguns jogadores da base e a artilharia
pesada de Neto Baiano, então goleador do Brasil, o Vitória se arrumou ainda
mais com a chegada de Paulo César Carpegiani - Toninho Cerezo havia sido
demitido ainda no Baianão e o novo treinador, ao lado de Ricardo Silva, seria
um dos responsáveis pela melhor campanha no primeiro turno da história da Série
B.
Início da caminhada - O Leão
começou a Segundona vencendo o Barueri, fora de casa. Na quinta rodada, entrou
no G-4 para não mais sair. Na décima, quando venceu o Paraná, no Barradão,
iniciou a perseguição ao Criciúma, então líder do campeonato. Antes disso,
jogos marcantes, exemplo da derrota para 4 a 3 para o Goiás, no Serra Dourada.
O Rubro-negro vencia por 3 a 0, mas permitiu a virada. Ali, o time tomava um
beliscão e percebeu que precisava manter-se alerta nos próximos jogos.
Na 18ª rodada, quando venceu o
Jonville e o Criciúma perdeu para o Atlético-PR, o Vitória assimiu a liderança
da Série B, onde ficou por 11 rodadas. O time de Carpé também ficou 11 rodadas
sem perder. Durante esta sequência, o Vitória, então líder, chegou a estar com
mais de dez pontos de vantagem para o quarto colocado. O acesso antecipado
parecia certo e já era comemorado. A pergunta de torcedores e jornalistas era
se, campeão, o a diretoria colocaria estrela no escudo.
Carpegiani: boa campanha no primeiro turno e brigas...
Mas, na 29ª rodada, o Vitória
perdeu para o Paraná, por 3 a 1, e supostas justificativas vieram à tona.
Boatos davam conta de que, para ser campeões, os jogadores cobraram R$ 5
milhões de bicho à diretoria, que se recusou a pagar. A partir daí, corpo mole,
bate boca e racha no grupo viraram expressões recorrentes na imprensa. Em
campo, os problemas refletiram no resultado das partidas.
Durante a Série B, a diretoria
fez outros ajustes. Com problemas no gol - Douglas, Renan e Caio Secco não
conseguiam se firmar e falhavam a cada rodada - Deola, do Palmeiras, foi
contratado e fechou o gol. O artilheiro Neto Baiano foi para o Japão. William,
ex-Avaí, e Elton, ex-Vasco e Corinthians, foram contratado. Manteram o ritmo de
Neto Baiano até onde podiam, mas depois caíram de produção.
Na 31ª rodada, o Leão perdeu para
o Atlético-PR por 1 a 0, pleno Barradão, e o técnico Carpegiani foi demitido.
Depois, ele e o presidente Alexi Portela trocaram farpas pela imprensa - o
dirigente pedindo que o técnico se aposentasse e Carpegiani alertando contra a
queda de produção e dizendo que não conseguia mais ter o controle do time nas
mãos. "Se não conseguir subir, tem que botar uma faixa no peito escrito
'incompetente' e desfilar no Pelourinho", disse.
Crise à vista - Carpegiani também
se desentendeu com o volante Uelliton, um repeteco da briga entre os dois na
primeira passagem do treinador na Toca, em 2011 - Uelliton, massacrado pela
torcida, acabou afastado do grupo uma semana antes do jogo contra o Ceará e
desabafou contra Raimundo Queiroz, diretor de futebol. "Vim para treinar,
mas o dono do Vitória (Queiroz), me chamou na sala dele e disse que eu estava
afastado. Vou seguir meu caminho".
A direção rubro-negra alçou
Ricardo Silva novamente à condição de técnico principal, mas o tirou para a
chegada de Paulo César Gusmão, restando apenas quatro jogos - na rodada
anterior, o time perdera para o Bragantino por 3 a 0, com um gol contra de
Uelliton e o pênalti cometido por Gabriel Paulista, que foi expulso. No
embarque para São Paulo, o zagueiro foi agredido pela torcida e o volante foi
perseguido. A torcida, agressiva, mostrava toda sua insatisfação com o time em
campo. O que era festa, havia se tornado medo.
PC Gusmão chegou para ficar quatro jogos e subiu o time
Gusmão veio para uma missão de
quatro rodadas e estreou vencendo o América-MG por 5 a 3, no Barradão, na 35ª.
Depois de dois jogos fora seguidos - derrota para o Guaratinguetá e empate com
o Joinville - o Leão tinha como concorrentes o Atlético-PR e o São Caetano,
adversários para quem perdera no Barradão. Apesar dos maus resultados, contou
com os tropeços dos adversários - a essa altura, o Goiás e o Criciúma já tinham
subido.
Chegou o último jogo. A
desconfiança da torcida se transformou incondicionalmente em apoio. Barradão
lotado empurrado os jogadores contra o Ceará. Bastava um empate apenas. Se
perdesse, ainda assim subiria se o São Caetano não vencesse o Guarani.
Ivete Sangalo chegando de
helicóptero, Tatau, do Ara Ketu, entre outras celebridades. A festa estava
preparada. Ou melhor, já estava acontecendo.
O São Caetano ganhou do Guarani, mas o Vitória empatou com o Ceará.
Abriu o placar no primeiro tempo, sofreu o empate no segundo. Apesar do
primeiro tempo arrasador, o acesso foi com pura tensão. Tensão essa que foi
implodida e tornou-se vibração após o apito final do árbitro.
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