Semana de Arte Moderna – Um dos principais eventos da história da arte no Brasil
Salvador, BA (da redação do Blog
MUSIBOL) – Os 90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 são a fonte de
inspiração da edição de 2012 do Festival Adaptação, que será aberto na próxima
quinta-feira (8) no Rio de Janeiro. Na programação do evento, que vai até o dia
18, serão apresentados filmes e promovidos debates que dialogam com o evento
considerado um marco na cultura brasileira, pelos novos rumos que trouxe para a
produção artística do país.
O Festival Adaptação, que teve
sua primeira edição em 2010, tem como temática as relações entre o cinema e a
literatura, que segundo os organizadores, vão muito além das adaptações de
romances e outros textos literários para as telas. A influência que um filme
exerce sobre o escritor que o assistiu, assim como o impacto que um livro
causou em um roteirista de cinema são objeto de discussões no festival, que tem
curadoria da jornalista Carolina Benjamin e dos roteiristas Rita Toledo e Lucas
Paraizo.
“A curadoria se propôs a exibir
obras que dialoguem com a produção dos artistas de [19]22 e das posteriores
gerações de intelectuais”, explica Carolina Benjamin. É o caso, segundo a
curadora, de movimentos como o Cinema Novo e o Tropicalismo, “que beberam na
fonte do ideário modernista”.
Na sessão de abertura do
festival, às 20h do dia 8, no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo, zona sul do
Rio, será exibido, em pré-estreia, o documentário Futuro do Pretérito:
Tropicalismo Now , de Ninho Moraes e Francisco Cézar Filho. Além do Espaço
Itaú, os filmes do festival serão apresentados no Centro Cultural Oi Futuro, no
Instituto Moreira Salles e, este ano, pela primeira vez, na comunidade Nova
Brasília, no Complexo do Alemão. Lá, além de uma mostra gratuita de filmes,
haverá um curso sobre cinema brasileiro, ministrado por Hernani Heffner,
pesquisador e conservador-chefe da cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM).
“Por meio de uma parceria com o
Centro de Criação de Imagem Popular [Cecip] pudemos dialogar com o pessoal do
Alemão, ouvir as demandas e montar uma programação em conjunto”, diz Carolina,
que aposta em uma parceria duradoura com a comunidade.
Um dos destaques da programação
do festival é a exibição da obra completa do cineasta Joaquim Pedro de Andrade
(1932-1988), diretor do clássico Macunaíma (1969), adaptado da obra de Mário de
Andrade, e de O Homem do Pau-Brasil (1981), uma homenagem a outro pilar da
Semana de 22, Oswald de Andrade.
São ao todo 60 filmes que
abordam, de distintas formas, o imaginário sobre a brasilidade, desde obras de
referência do cinema nacional, como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de
Glauber Rocha, e Pindorama (1970), de Arnaldo Jabor, aos mais recentes Baixio
das Bestas (2007) e Febre do Rato (2011), do cineasta pernambucano Cláudio
Assis.
O festival conta com o patrocínio
de empresas privadas e o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de
Janeiro.
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