Foto: acervosaber.com.br / admtiagodeoliveira.blogspot.com.br
Rio de Janeiro, RJ (da redação
itinerante do Blog MUSIBOL) – As dúvidas sobre a velocidade da recuperação da
economia em 2013 podem ajudar o Banco Central (BC) a manter os juros básicos da
economia no menor nível da história. Segundo especialistas, se o Produto
Interno Bruto (PIB) não crescer como o governo espera, as pressões sobre a
inflação serão aliviadas, e a autoridade monetária terá mais tempo para não
elevar a taxa Selic.
As ressalvas sobre o ritmo de
recuperação da economia estão expressas no boletim Focus, pesquisa com
instituições financeiras divulgada todas as semanas pelo Banco Central. No
último levantamento, que saiu segunda-feira (12), os analistas reduziram, pela
terceira semana seguida, as projeções para a taxa básica de juros no fim de
2013. A estimativa passou de 7,63% para 7,25% ao ano, exatamente o nível atual
da taxa Selic.
Caso as projeções se confirmem,
os juros básicos ficarão estáveis no ano que vem. Há 14 semanas, os analistas
mantêm a estimativa de crescimento de 4% para a economia em 2013. No entanto, a
queda nas projeções dos juros, de acordo com os especialistas, indica que as
previsões para o PIB podem ser revisadas para baixo nas próximas pesquisas.
“Cada vez mais, os dados indicam
que a recuperação da economia atrasará. Isso reduz as pressões sobre a inflação
e reforça a manutenção dos juros básicos no próximo ano”, avalia o
economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. Para ele, o próprio
comportamento da inflação também incentivará o BC a não reajustar os juros
básicos tão cedo. “A alta da inflação está perdendo força e não há nenhum
indicador que possa puxar os índices para cima em 2013”, diz.
Na avaliação de Gonçalves, o BC,
no atual governo, está se aproximando do Federal Reserve, Banco Central
norte-americano, perseguindo não apenas a inflação baixa, mas o crescimento
econômico. “O Fed [Federal Reserve] oficialmente persegue dois objetivos: o
controle da inflação e o baixo desemprego. No Brasil, o Banco Central passou a
fazer o mesmo. Se a economia desacelera, os juros ficam reduzidos por mais
tempo.”
Newton Rosa concorda que os juros
baixos são importantes para estimular o consumo, mas ressalta que o governo não
poderá confiar apenas na política monetária para fazer a economia decolar
novamente, em meio a uma crise global. “Claro que a conjuntura internacional
sempre vai influenciar o Brasil, mas o que pesa aqui dentro não é a falta de
consumo, e sim o baixo investimento público e privado”, destaca. “O principal
desafio hoje é fazer o país ampliar a capacidade de produção.”
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