Por: Mariana Jungmann. Fonte: Agência
Brasil.
Fotos: ebc.com.br / portaltailandia
/ jornalmontesclaros
Serrinha, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
O Senado aprovou ontem (26) a
Medida Provisória (MP) do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa. O texto
prevê que todas as crianças das escolas públicas deverão ser alfabetizadas até
o final do terceiro ano do ensino fundamental, aos 8 anos de idade.
Como a educação fundamental é
responsabilidade dos municípios, o governo federal precisa da adesão deles ao
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) para que a proposta
saia do papel. Mais de 90% dos municípios brasileiros aderiram ao programa. O
Ministério da Educação pretende repassar mais de R$ 1 bilhão para projetos de
capacitação de professores pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE). Os recursos também contemplarão a concessão de bolsas para
profissionais da educação e para o desenvolvimento de recursos didáticos e
pedagógicos, entre outras medidas.
O relator da MP no Senado,
Eduardo Amorim (PSC-SE), deu parecer favorável ao texto e considerou o Pnaic
“uma revolução” na educação brasileira. Apesar da maioria governista na Casa, a
matéria recebeu diversas críticas dos oposicionistas e senadores independentes.
O senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP) disse que as escolas particulares atualmente alfabetizam as crianças
aos 5 anos de idade, ainda na fase pré-escolar. “A medida é profundamente
injusta, porque ela vai aumentar o fosso existente entre a alfabetização
ministrada nas escolas particulares e a ministrada nas escolas públicas. O
governo está propondo que as crianças sejam alfabetizadas aos 8 anos de idade,
no terceiro ano do ensino fundamental”, disse o senador.
Assim como Ferreira, o senador
Cristovam Buarque (PDT-DF) também foi contrário à proposta. Na opinião dele, o
Brasil está “retrocedendo” ao adiar a idade de alfabetização. “Se nós
tivéssemos nossos filhos em uma escola pública, nós não aceitaríamos esses oito
anos”, disse.
Os governistas consideraram o
plano audacioso e ousado. O senador Aníbal Diniz (PT-AC) garantiu que o
objetivo é equiparar o nível de conhecimento das crianças das escolas públicas
com o das crianças de escolas particulares ao fim do ciclo de alfabetização. “O
plano prevê que as crianças saibam formar palavras e frases aos 6 anos, mas que
tenham competência para ler e formular textos inteiros aos 8. Considera-se um
conceito mais amplo de alfabetização. A meta do governo não é pouco ambiciosa
ou confortável”, defendeu.
Para a senadora Ana Rita (PT-ES),
a proposta vai além de apenas alfabetizar as crianças aos 8 anos. “A MP da
Alfabetização na Idade Certa está pondo em prática um ambicioso plano não só
para erradicar o analfabetismo, mas também para que as nossas crianças sejam
alfabetizadas na idade correta”, disse.
Apesar de algumas emendas terem
sido apresentadas, a matéria foi aprovada em votação simbólica sem alterações
em relação ao texto enviado pela Câmara dos Deputados. Com isso, o projeto
segue para sanção presidencial.
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