Por: Carolina Gonçalves. Fonte: Agência Brasil.
“O sistema nacional foi criado há
16 anos e está passando por repaginação de resultados e objetivos. Na época, o
Banco Mundial concedeu empréstimo. Estamos colocando o dobro para mudar o
patamar da gestão, em cinco anos. Estamos não só alocando mais dinheiro, mas
reduzindo o prazo”, disse a ministra, destacando que o recurso também será
utilizado para treinamento de pessoas e construção ou melhoria de estruturas.
Fotos: barradocorda.com / correiodeuberlandia.com.br
Serrinha, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
Os governos estaduais vão
receber, até 2018, parcelas anuais de R$ 750 mil para melhorar a gestão de
recursos hídricos em cada região. O repasse vai depender da adesão dessas
administrações ao Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das
Águas (Progestão), que foi lançado hoje (21), pela Agência Nacional de Águas
(ANA) em Brasília.
Com esse apoio financeiro, os
estados terão condições de melhorar a gestão das águas. Pela Constituição
Federal, a responsabilidade sobre as águas subterrâneas e as que têm nascentes
e foz em determinado território é do estado que sedia essa área. A União
responde pelos rios que fazem divisa entre estados ou fronteira com outros
países.
O problema é que, apesar da
legislação, nem todos os locais têm estruturas preparadas para administrar o
uso dessas águas ou pessoal suficiente. “O recurso vai para estruturar ou
reforçar a estruturação dos sistemas estaduais de recursos hídricos. É
inaceitável ter estados, hoje, com três funcionários destacados para cuidar
dessa gestão. Temos que mudar essa realidade. Vamos criar os meios e novos
caminhos para estados entrarem no novo patamar que a ANA definiu como padrão
mínimo de gestão no país”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira.
A adesão ao programa é
voluntária, mas, no caso de águas, a decisão tomada por determinado governo em
uma região pode refletir em territórios vizinhos. A expectativa, com o novo
programa, é que estados mais atrasados consigam se aproximar das estruturas
encontradas em Minas Gerais, São Paulo, no Ceará e Rio de Janeiro, apontadas
como as mais avançadas do país, atualmente.
No final de 2018, quando o prazo
do Progestão encerrar, o valor total de desembolsos deve chegar a R$ 100
milhões. O presidente da ANA, Vicente Andreu, destacou que a proposta é criar
um sistema nacional para a governança que garanta a manutenção da oferta de
água em quantidade e qualidade necessária para abastecer todo o território
nacional e estancar um processo que Andreu define como “cheque branco para o
futuro”.
“Temos que elevar o padrão de
competência dos estados de gerenciamento dos recursos hídricos e sair do
isolamento para buscar uma visão integrada das responsabilidades federais e
estaduais”, disse.
Segundo ele, foram definidos
quatro níveis de situação, com diferentes características, sobre o grau de
complexidades das bacias. “O estado é quem vai dizer sobre quais compromissos,
em função de cada complexidade, irá se enquadrar. A partir daí, estabelecemos
metas concretas para cada estado. Isso será feito a partir da realidade de cada
estado e não como um programa que vai tratar de forma igual as realidades
diferentes que existem no país”, completou.
Para cada cenário, foram
recomendadas metas que vão desde sugestões mais simples, como a de formulação
de estudo de hidrologia e outorgas pontuais para os principais usos
identificados em determinadas bacias, até uma estratégia de fiscalização de
usos diversos, capacitação do comitê gestor e a inclusão de planos de bacias ou
criação de agências reguladoras de uso das águas.
O governo do Distrito Federal foi
o primeiro a assinar o pacto que tem adesão voluntária. De acordo com a
assessoria da ANA, outros estados como Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul, Bahia, Maranhão, Ceará, Amazonas e Acre estão concluindo as negociações
para aderir ao Progestão nos próximos dias.
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