Da
Agência Lusa. Fonte: Agência Brasil
Fotos: cidadenewsitau.blogspot.com
/ m.terra.com.br
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O papa Francisco admitiu hoje (7) as dificuldades do cargo em Roma,
perante milhares de jovens alunos e professores de escolas jesuítas, afirmando
que não queria realmente tornar-se o chefe da Igreja Católica. Respondendo à
pergunta de uma das crianças, o novo papa, eleito a 13 de março deste ano,
explicou em tom informal: “Deus não teria abençoado alguém que quisesse, que
tivesse vontade de ser papa. Eu não queria ser papa.”
O ex-arcebispo de Buenos Aires, ele mesmo procedente da ordem dos
jesuítas, recebeu hoje mais de 9 mil pessoas, alunos de escolas jesuítas e as
respetivas famílias, antigos alunos e professores da Itália e da Albânia, e
respondeu, de forma improvisada e com a sua habitual simpatia, às perguntas,
muitas vezes diretas e ingênuas, feitas pelas crianças.
Perguntado sobre sua recusa em instalar-se no apartamento pontifical, o
papa Francisco respondeu: “Uma vez, um professor colocou-me a mesma questão, e
eu lhe disse ‘por motivos psiquiátricos’”. “Para mim, é um problema de
personalidade, preciso de viver rodeado de pessoas, não posso viver sozinho.”
Sorrindo, ele disse que não seria bom ficar isolado no apartamento pontifical.
A propósito da sua renúncia a alguns benefícios associados ao cargo,
Francisco insurgiu-se contra a persistência de grandes injustiças e disse:
“Neste mundo que oferece tantas riquezas, tantos recursos, suficientes para
alimentar toda a gente, não se compreende que ainda haja tantas crianças
esfomeadas, sem educação, tantos pobres.”
Sobre a crise econômica que afeta a Itália, Francisco ressaltou que o
momento atual é difícil em todo o mundo e que é preciso saber "ler a
crise" que, segundo ele, porque é uma crise do valor dos seres humanos.
Citando um relato sobre a construção da Torre de Babel pelos hebreus, o papa
destacou que produzir um tijolo era difícil e cada tijolo era um verdadeiro
tesouro. "Se um tijolo caísse da torre, era uma tragédia; se um homem
caísse, nada acontecia.” Para ele, a crise atual é a crise da pessoa, que já
não conta. Só o dinheiro conta.”
Francisco exortou também os cristãos a empenharem-se na política,
dizendo é “uma obrigação dos cristãos, que não podem daí lavar as mãos, como
[Pôncio] Pilatos”. “A política é a forma mais elevada da caridade, pois ela
procura o bem comum”, sustentou o papa Francisco.
0 comentários:
Postar um comentário