Por: Débora Zampier. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: ebc.com.br / sanatoriodanoticia.blogspot.com
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso,
criticou hoje (7) o sistema punitivo brasileiro, que considera “desarrumado” e
dividido por classes sociais. Para ele, o direito penal só é bem explorado por
quem tem dinheiro para pagar bons advogados.
“Fato real é que somos punitivos seletivamente. Na Justiça Penal, a
estratificação de classes é muito evidente”, avaliou, durante conversa com
jornalistas nesta tarde. Ele também acredita que a polícia e o sistema
carcerário “vivem momentos difíceis” e que é preciso repensar o modelo penal
brasileiro.
Para Barroso, as polícias precisam ganhar “status e dignidade” para
atuar de forma mais eficiente e menos violenta. “A polícia que bate ou é
violenta ou é por falta de recursos para investigar. A polícia que vive de
quebra de sigilo é porque não tem outros elementos”, analisou.
Quanto ao sistema penitenciário, ele defende a adoção de prisões
domiciliares com monitoramento eletrônico nos crimes de menor potencial
ofensivo. “O sistema penitenciário, apesar dos muitos investimentos feitos, é
um ambiente de degradação humana. Não realiza o papel de ressocialização. Quem
chega no sistema sai pior do que entrou.”
Barroso também sinalizou ser contrário à redução da maioridade penal,
pois acredita que o sistema carcerário já está muito sobrecarregado para
suportar novas demandas.
A portaria com a nomeação de Luís Roberto Barroso para o cargo de
ministro do Supremo foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
Ele deve tomar posse no dia 26.
Na quarta-feira (5), Barroso teve o nome aprovado no plenário do Senado,
com 59 votos favoráveis e 6 contrários, depois de passar por sabatina na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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