Por: Wellton Máximo. Fonte: Agência
Brasil.
Fotos: Agencia Brasil e correiodeuberlandia.com.br
O professor de economia Fábio
Gallo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), no entanto, acredita que a inflação já
está fora de controle. “O próprio IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística] mostra que, em janeiro, houve aumento em 75% dos itens
pesquisados. Isso mostra que a inflação está bastante disseminada na economia”,
critica.
Fotos: Agencia Brasil e correiodeuberlandia.com.br
Salvador, BA (da redação do Blog
MUSIBOL)
A alta da inflação, que em
janeiro atingiu o maior nível em quase oito anos, pode mudar os rumos da
política econômica no governo da presidenta Dilma Rousseff, marcada até agora
pela queda dos juros. Segundo especialistas, caso os preços continuem
aumentando acima do esperado, o Banco Central (BC) voltará a reajustar os juros
básicos, atualmente no menor nível da história.
No mês passado, o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86%, a maior variação mensal desde
abril de 2005, quando a alta tinha somado 0,87%. Dezembro, no entanto, também
tinha registrado inflação expressiva, de 0,79%. Com o resultado de janeiro, o
IPCA acumulado em 12 meses passou para 6,15%, contra inflação de 5,84%
registrada em todo o ano passado.
Desde outubro do ano passado, a
taxa Selic (que determina os juros básicos da economia) está em 7,25% ao ano.
Até agora, as instituições financeiras acreditavam que a taxa Selic chegaria ao
fim do ano no nível atual, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal com
analistas de mercado divulgada pelo Banco Central. Para os especialistas, o
comportamento da inflação nos próximos meses determinará a necessidade de o BC
aumentar os juros antes do esperado.
O que diverge os economistas é o
risco de a inflação fugir do controle. Para Newton Rosa, economista-chefe do
Banco Sulamérica Investimentos, o IPCA de janeiro foi bastante influenciado por
reajustes típicos de início de ano. “Sem dúvida, o resultado do mês passado
aumentou o risco de o Banco Central ser obrigado a rever a política monetária,
mas acredito que a pressão sobre os preços deve arrefecer a partir do segundo trimestre,
e a inflação oficial deve fechar o ano entre 5,5% e 6%, na faixa prevista pelo
governo”, diz.
Para Gallo, a interrupção da
trajetória de queda da taxa Selic é inevitável. “Os juros são o remédio mais
rápido para conter a inflação, e o governo não terá como escapar”, avalia.
Segundo ele, a inflação atual reflete erros da política econômica “Em vez de
conter os gastos públicos, o governo concedeu reduções paliativas de impostos
para estimular a economia. Isso impulsionou o consumo, e a população hoje está
disposta a pagar mais porque tem mais dinheiro”, explica.
Newton Rosa não descarta a
possibilidade de aumento de juros, mas acredita que o governo antes tentará
outros instrumentos para conter a inflação. “A redução das tarifas de energia e
a possível isenção de impostos da cesta básica ajudarão a inflação a cair nos
próximos meses. O governo tem usado outras medidas para conter a inflação, como
permitir a queda do dólar para menos de R$ 2”, ressalta.
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