Por: Carolina Sarres. Fonte e fotos: Agência
Brasil.
Os dias de festa ainda estimulam
o turismo local. Muitos visitantes nas cidades aproveitam para conhecer os
pontos turísticos dessas cidades, visitar restaurantes e fazer compras.
Estima-se que o município receba cerca de R$ 1 bilhão.
Salvador, BA (da redação do Blog
MUSIBOL)
O carnaval é um período de
oportunidades para viajar, descansar, se divertir e conhecer pessoas novas. O
feriado, no entanto, é particularmente especial para quem quer trabalhar.
Centenas de milhares de vagas de emprego temporário são abertas no período e
muitos desses postos têm a perspectiva de se tornar permanentes. Só em Salvador
e Olinda, dois dos principais destinos do feriado no Nordeste, estima-se que
aproximadamente 275 mil empregos sejam criados, direta e indiretamente. Na
capital baiana, são cerca de 210 mil vagas e na cidade pernambucana, 65 mil,
segundo dados das prefeituras locais.
As áreas que mais contratam são
as de serviços e o comércio, devido à demanda que se intensifica com a presença
de visitantes nas cidades onde o carnaval é atração. Olinda, por exemplo,
espera receber cerca de 150 mil turistas, o que corresponde a mais de um terço
da população da cidade – de 378 mil pessoas, segundo o Censo 2011 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Algo em torno de 95% dos leitos
da rede hoteleira de Olinda são ocupados no período. Nos cinco dias de
carnaval, mais de 2 milhões de pessoas devem visitar a cidade.
“Grande parte dessa geração de
empregos é informal. Quem vem a Olinda vê isso muito claramente nas ruas.
Acredito que, se a quantidade de vagas informais abertas não for igual à das
formais, está muito perto disso”, informou a coordenadora de projetos da
cooperativa de trabalho especializada em serviços, Banco de Horas, Patrícia de
Luna.
Segundo ela, ainda há o que
melhorar para receber os turistas na cidade. "No Nordeste, qualificação é
a palavra de ordem. E isso tem acontecido. Existe um esforço do poder publico
de organizar o que se tem, mas, claro, sempre tem o que melhorar. Em Olinda,
por exemplo, o que acontece é carnaval de rua, então é uma organização
desorganizada", disse Patrícia.
Em Salvador, a mobilização é
ainda maior. Para organizar a festa, 12 secretarias municipais são articuladas,
com a contratação de mão de obra para a execução de atividades específicas,
como a montagem de trios elétricos, vistorias, acompanhamento de circuito,
guias de informação, segurança, limpeza dos locais de festa, transporte, entre
outros. Deverão ser gastos com o carnaval da capital baiana mais de R$ 17,5
bilhões, considerando somente o que foi investido pelos patrocinadores da
festa, por meio da Empresa Salvador de Turismo (Saltur).
As oportunidades de trabalho
nesses períodos festivos se apresentam em cadeia e estão em diversos setores da
economia. Em Olinda, por exemplo, mais de 5 mil toneladas de lixo reciclável
são coletadas ao longo do feriado somente na parte histórica da cidade, onde a
movimentação é maior. Além do faturamento com a venda de produtos, há a renda
gerada pela reciclagem dos resíduos.
Em Salvador, espera-se
ultrapassar a marca das 100 mil toneladas de lixo reciclável coletado,
alcançada no carnaval de 2012. De acordo com Joílson Santana, um dos
coordenadores do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB) e do
projeto Ecofolia Solidária: Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente, cerca de
2,5 mil catadores não cooperativados devem fazer a coleta seletiva de cerca de
70 toneladas de lixo reciclável. O restante deve ser processado por outras
cooperativas. Joílson informou que, desses 2,5 mil catadores avulsos, 30%, ou
750, se deslocam de cidades próximas a Salvador para trabalhar na capital
durante o carnaval.
"O projeto [Ecofolia
Solidária] ajuda muito nesse sentido, pois, ao fazer parte, o catador recebe um
kit de proteção individual, com calça, camisa, luva, botas e protetores
auriculares. Eles ainda recebem três tíquetes de refeição diários e têm acesso
a cinco centrais de apoio às atividades para onde podem levar o material
coletado - o que ajuda, já que não estão na cidade onde costumam trabalhar
", disse.
O projeto Ecofolia Solidária está
em sua décima edição em 2013 e tem o objetivo de organizar, armazenar e
comercializar o lixo reciclável, diminuindo o impacto sobre o meio ambiente e
promovendo a inclusão social.
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