Por: Vinícius Lisboa. Fonte: Agência Brasil.
O crime de estelionato foi
praticado principalmente contra idosos que se declararam brancos (69,6%), de 60
a 69 anos (58,5%) e do sexo feminino (54%). O crime de ameaça tem as mesmas
características e, no caso de lesão corporal dolosa, os homens foram vítimas em
52,2% dos casos.
Fotos: hilariogomes2008.blogspot / prrsoaresamigodedeus.blogspot.
Serrinha, BA (da redação itinerante
do Blog MUSIBOL)
Os crimes contra idosos avançaram
8,7% em 2011 no estado, informou ontem (14) o Instituto de Segurança Pública
(ISP), órgão da Secretaria de Estado de Segurança Pública. O ISP contabilizou
61.353 crimes em que maiores de 60 anos foram as vítimas, contra 56.464 em
2010. O número é o maior da série histórica iniciada em 2002, quando foram
registrados 29.746 boletins de ocorrência.
O principal crime cometido contra
idosos foi o estelionato, com 6.288 casos, o que equivale a 21,5% de todos os
casos registrados no estado. A segunda violência mais frequente foi a ameaça,
com 4.746 casos, seguida por lesão corporal culposa, com 3.776, com 5,6% e 7,6%
do total de casos desse tipo, respectivamente. Os idosos também foram vítimas
de 21,7% dos casos de extorsão, totalizando 454 crimes.
Para o analista criminal Emmanuel
Caldas, do ISP, é possível que estelionatários tenham escolhido idosos como
vítimas preferenciais desse tipo de crime. O especialista aponta três
explicações para o aumento da violência registrada contra esse grupo: "Uma
primeira leitura é que houve o envelhecimento da população brasileira, e, em
especial, a do estado do Rio. Outra é que esses crimes geram comoção e ganham
visibilidade, o que incentiva as denúncias. Uma terceira é que realmente pode
haver uma percepção de que esse grupo é mais vulnerável".
A maior parte das vítimas (54,2%)
morava na capital, e 19,9% eram do interior. Em 25,9% dos casos, os idosos eram
de outras cidades da região metropolitana.
Nas favelas com unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs), o crime mais praticado contra idosos foi lesão
corporal dolosa, com 53 casos, contra 23 de estelionato. Já os casos de ameaça
foram 52 nesses locais. Os dois crimes mais frequentes são justamente aqueles
em que há mais casos de autores próximos às vítimas, como parentes, vizinhos e
companheiros.
A população idosa fluminense
cresceu quase quatro 4 percentuais ao longo da década passada, de 11,7% na
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2002 para 15% na de 2009.
No mesmo período, o percentual de idosos em relação às vítimas de crimes
aumentou de 4,7% para 7,4%, chegando a 8,2% em 2011.
A proteção aos idosos, segundo
Emmanuel, passa também pelo reforço de uma rede de solidariedade formada por
pessoas próximas: "Não necessariamente a rede familiar protege. Em muitas
[situações], ela vitimiza. A rede deve ser maior, com amigos, vizinhos e outras
pessoas".
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