Por: Carolina Sarres. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: gazetadopovo.com.br / secaosindicalembrapapetrolina.blogspot.com
/ white.oit.org.pe
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O contexto econômico mundial e seu impacto sobre o mercado de trabalho
tem registrado evolução positiva nos países em desenvolvimento como o Brasil,
constatou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no relatório O Mundo do
Trabalho 2013: Reparando o Tecido Econômico e Social, divulgado hoje (3). Os
países desenvolvidos, por outro lado, estão em uma situação que pode se tornar
"preocupante", a despeito da recuperação econômica desde 2009, ano em
que começou a crise financeira internacional. De acordo com o documento, na
América Latina e no Caribe, registrou-se em 2012 taxa de emprego, em média, 1%
superior à de 2008, ano anterior à crise. Na região, essa taxa atingiu 57,1% ao
fim de 2012.
"Nos países em desenvolvimento, o desafio mais importante é
consolidar os recentes progressos na redução da pobreza e da
desigualdade", informou, em nota, o coordenador do relatório, o diretor do
Instituto Internacional de Estudos de Trabalho da OIT, Raymond Torres. A
organização citou o estabelecimento de um piso salarial - por meio da fixação
de salários mínimos - e de políticas de proteção social como essenciais para a
situação atual desses países.
Sobre o Brasil, um dos destaques da organização no relatório foi o
crescimento de 16% da classe média entre 1999 e 2010. Segundo a OIT, isso
ocorreu devido ao fortalecimento do salário mínimo e do Programa Bolsa Família.
Essas duas políticas, para a organização, explicam a redução da pobreza no país
e o fortalecimento da economia nacional. Como desafios, a OIT citou a redução
dos postos informais de trabalho, o aumento da produtividade, o aumento dos
investimentos e o crescimento dos salários acima da inflação.
Em relação aos países desenvolvidos, constatou-se que a desigualdade de
renda da população aumentou nos últimos dois anos. A principal justificativa
foi o crescimento dos níveis de desemprego no mundo. A expectativa é que os
atuais 200 milhões de desempregados cheguem a 208 milhões em 2015. Na última
semana, a União Europeia registrou 26,5 milhões de desempregados.
"A situação em alguns países europeus, em particular, está
começando a forçar o seu tecido econômico e social. Precisamos de uma
recuperação global, focada em empregos e investimentos produtivos, combinada
com melhor proteção social para os grupos mais pobres e vulneráveis",
disse, em nota, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Para a organização, outro fator que atrasa a recuperação da geração de
empregos nos países desenvolvidos é a falta de investimentos possivelmente
gerados a partir de lucros. No último fim de semana, houve manifestações em
mais de 100 cidades europeias contra políticas de austeridade. Segundo a OIT,
apenas um terço dos investimentos globais em 2012 foram feitos por países de
alta renda. Os países emergentes, em comparação, foram os responsáveis por mais
de 47% dos investimentos no mesmo ano.
"Há uma clara relação entre o investimento e o emprego. Melhorar a
atividade de investimento é crucial para permitir que as empresas aproveitem as
novas oportunidades para se expandir e contratar novos funcionários",
explicou o coordenador do relatório, Raymond Torres.
Como forma de reduzir os impactos negativos da conjuntura de fraco
desempenho econômico e escassez de postos de trabalho, a OIT sugere que sejam
eliminadas as crenças negativas sobre as intervenções dos governos no
crescimento econômico e a capacidade que elas têm de diminuir a má distribuição
de renda entre a população. Outro ponto importante, de acordo com a
organização, é o estímulo ao diálogo social entre empregados, empregadores e o
governo para gerar melhorias no mercado de trabalho.
0 comentários:
Postar um comentário