Por: Carolina Gonçalves*. Fonte e fotos: Agência Brasil.
Segundo Dilma, é justamente
porque não há fronteiras, mas dois oceanos, que a relação de infraestrutura é
estratégica. "Essa amizade sem limites [entre o Brasil e o Chile} vira
agora uma amizade sem fronteiras”, disse ela, destacando que também está sendo
discutida a interligação entre as duas economias vizinhas por um corredor
ferroviário.
Em Santiago, Dilma Rousseff ainda
terá reuniões bilaterais com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e com
a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. No fim da tarde, a presidenta participa
da abertura da 1ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), onde os chefes de Estado vão definir
cooperações regionais e continentais e discutir soluções para minimizar
barreiras comerciais e intensificar as relações entre os países.
Serrinha, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
A interligação do Brasil e do
Chile a partir dos oceanos Atlântico e Pacífico deve se tornar realidade em
pouco tempo. Os debates em torno do corredor interoceânico foram aprofundados ontem (26) em Santiago, capital chilena, entre a presidenta Dilma Rousseff e o
presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Durante reunião de trabalho no
início da manhã, que antecedeu a abertura da 1ª Cúpula da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), Piñera apresentou
um mapa à presidenta brasileira ao retomar o debate sobre essa integração.
Segundo Dilma Rousseff, depois de discutir “intensamente” o tema, os dois
países vão começar a trabalhar pela integração dos principais portos marítimos.
Em declaração conjunta, Dilma e
Piñera destacaram a relação de amizade mantida entre os dois países ao longo
dos anos. A presidenta lembrou que o Chile foi o destino de muitos brasileiros
que tiveram que deixar o país durante o período militar. “Muitos membros do meu
governo viveram aqui [no Chile] no período da ditadura militar no Brasil e por
isso sabemos que nossos laços estão muito além de simplesmente laços
econômicos. São, sobretudo, laços humanos que construímos no correr do tempo”.
A presidenta lembrou que, mesmo
diante de todas as dificuldades impostas pela crise financeira internacional, o
Brasil e o Chile conseguiram manter uma trajetória de crescimento e de
distribuição de renda e mantiveram uma relação comercial estratégica,
principalmente em relação aos investimentos. “Por isso, fica claro que podemos
mais. Os grandes investimentos que as empresas chilenas fazem no Brasil são
muito bem-vindos”, acrescentou.
No encontro bilateral, que Dilma definiu
como uma reunião de trabalho, a presidenta brasileira e Piñera fecharam acordos
de cooperação nas áreas de educação e intercâmbio cultural e iniciaram
discus
sões sobre futuras parcerias, como na área energética. Piñera destacou o
potencial da relação entre os dois países na área energética, como em energias
renováveis, fontes hidrelétricas e a partir de biomassa.
Em relação à cooperação na área
de ciência e tecnologia, Piñera assegurou à presidenta que os militares e
pesquisadores brasileiros que atuam na Antártica vão poder usar a base chilena
mantida no continente branco, até que seja concluída a reconstrução da Estação
Comandante Ferraz, destruída no início de 2012 por um incêndio.
No fim da manhã, Dilma destacou
que o encontro tem importância histórica, considerando o atual cenário mundial.
“Em um mundo altamente globalizado - que vive uma conjuntura em que os temas da
cooperação e da integração regional e do enfrentamento das dificuldades que as
crises nos países desenvolvidos lançaram sobre o mundo - esta cooperação inter-regional
passa a ser elemento fundamental para a superação e a construção de um mundo
que cresce, que distribui renda e que beneficia as suas populações”.
*Colaborou Danilo Macedo
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