Por: Isabela Vieira. Fonte: Agência
Brasil. Fotos: ebc.com.br / topgyn.com.br
“São movimentações ainda
pequenas, não estão no mesmo nível de frequência de intensidade de Pernambuco e
Minas, mas estão começando a acontecer e a ter um aquecimento que não
identificávamos cinco, seis, sete anos atrás”, declarou o curador da mostra
competitiva Aurora à Agência Brasil. Ele escolheu os concorrentes com base em
105 inscritos no festival.
Serrinha, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
Com 131 filmes em cartaz, além de
debates com o público, vai até o próximo sábado (26) a 16ª Mostra de Cinema de
Tiradentes (MG). Um dos destaques desta edição é a exibição de filmes
produzidos fora do eixo Rio-São Paulo, que somam mais da metade da programação
e começaram a ser exibidos ontem (18) em tendas espalhadas pela cidade
histórica.
A exibição do longa Onde Borges
Tudo Vê (PB), de Taciano Valério, na abertura, dá o tom a programação, que
também apresenta filmes do Ceará, Bahia e Paraná. Entre eles, Doce Amianto
(CE), sobre uma travesti que se apega a uma amiga morta para escapar da
realidade e o documentário Sinais de Cinza (BA), sobre o cineasta Olney São
Paulo.
Filmes vencedores de outros
festivais também têm destaque como Eles Voltam, de Marcello Lordello, sobre uma
menina abandonada na estrada pelos pais e a Memória Que Me Contam, de Lucia
Murat – inspirado na ativista Versa Silva Magalhães, única mulher a participar
do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick na Ditadura Militar – e
Jards, de Eryk Rocha.
Segundo o curador da mostra
competitiva, Cléber Eduardo, tem crescido a produção audiovisual fora do
Sudeste e de Pernambuco – estado que já se consolidou nesse meio. Segundo ele,
a escolha de filmes que não são de Minas Gerais, Rio ou São Paulo (principal
produtor do país) foi uma coincidência e reflete a regionalização da produção.
O curador aponta vários fatores
para a descontração da produção de filmes, como incentivo público, por meio de
editais com cotas regionais do Ministério da Cultura, a expansão dos cursos de
cinema, além de mais facilidade e acesso a tecnologias digitais, além da
produção própria. O tema será debatido com críticos, atores, o público e
cineastas como Silvio Da-Rin.
“O número de filmes realizados
sem apoio público tem aumentado bastante e fora do centro Rio-São Paulo, e é
uma condições de realização. [Só conta com] o apoio dos pais, dos amigos, dos
primos, nem da iniciativa privada, a não ser, um apoio de um restaurante, por
exemplo”, disse Cléber.
Ao todo, são 34 longas (12
inéditos) e 97 curtas de 14 estados, sendo que os vencedores da mostra
competitiva Aurora levam um prêmio de R$ 50 mil. A expectativa é que as
exibições também serviam de vitrine do cinema brasileiro a convidados de
festivais internacionais.
A mostra de Tiradentes também
homenageia a atriz Simone Spoladore. Segundo Cléber Eduardo, ela se
destacou “por escolhas incomuns e que
não são fáceis no cinema para uma atriz com possibilidades de popularidade e de
mídia”. A artista estará em cartaz em quatro flimes no festival, como a
película Memória Que Me Contam, de Lucia Murat, e Sudoeste, de Eduardo Nunes. dser
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