Por: Aline Leal Valcarenghi. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: biblioteca.pmtb.pr.gov.br
/ mundolusiada.com.br
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
"Para mim, deixar o cigarro foi uma libertação". É o relato do
músico de 32 anos, Odair Souza que, por 11 anos foi fumante, e depois de mais
de cinco tentativas, deixou o cigarro há dois anos. Dados do Ministério da
Saúde mostram que 17% dos brasileiros são fumantes, o que equivale a 25 milhões
de pessoas. Para tentar conscientizar outras pessoas a seguir o exemplo de
Odair, são feitas, hoje, ações educativas em praticamente todo o país desde
1986, quando foi sancionada a lei que instituiu 29 de agosto como o Dia
Nacional de Combate ao Fumo.
O pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo, do Instituto
Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Meirelles, alerta que o tabagismo é uma
doença que pode ocasionar outras 50. Vários tipos de câncer, doenças
cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), além de menopausa,
infertilidade e envelhecimento precoces são alguns dos problemas de saúde que
podem ser ocasionados pelo fumo.
Meirelles explica que, logo depois de deixar o cigarro, o ex-fumante já
sente melhora na qualidade de vida. "Ele sente uma melhora dentro de dois,
três dias no fôlego, se não tiver uma doença respiratória, já dá pra subir uma
escada melhor, fazer exercícios", disse o especialista.
Foi o que aconteceu com Odair. À Agência Brasil, o músico lembra que
decidiu parar de fumar quando começou a sentir dificuldade para cantar e dor na
garganta. "Depois que parei vi diferença em vários aspectos, na hora de
cantar, na respiração, tanto para cantar como pra fazer exercício físicos, na
alimentação, o gosto dos alimentos é muito melhor agora", destacou.
Segundo o Ministério da Saúde, o país tem cerca de 3 mil unidades de
saúde que oferecem tratamento contra o vício em tabaco, o que inclui apoio
psicológico, medicamentos, atendimentos educativos e terapêuticos. Segundo
Meirelles, deixar de fumar é difícil, mas o acompanhamento de profissionais
pode tornar o processo mais confortável.
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a
principal causa de morte evitável. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de pessoas
são fumantes. "Cerca de 80% dos fumantes desejam parar, mas apenas 3%
conseguem realmente abandonar o vício. Além disso, é considerado ex-fumante a
pessoa que fica um ano sem fumar”, explica o cardiologista do Hospital do
Coração do Brasil, João Ferreira Marques. O médico esclarece que, quem abandona
o vício antes dos 30 anos, consegue reestabelecer o organismo a ponto de
parecer que nunca fumou.
De acordo com Meirelles, muitas vezes o fumante espera ter um problema
de saúde para decidir parar de fumar. O médico acrescentou que a proibição de
fumar em locais fechados fez com que muitos fumantes sentissem-se incomodados
em ter que deixar o ambiente de amigos para fumar e isso está fazendo com que
pensem em deixar o vício. "Ele está conversando com amigos e tem que sair
para fumar, a pessoa sente-se escrava do cigarro. Se está no shopping e precisa
sair pra fumar, isso passa a ser desconfortável".
Segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), entre 1989
e 2010 um em cada três brasileiros deixou de fumar devido à entrada em vigor
das medidas que restringiram a propaganda de cigarros na televisão e em
veículos de comunicação de massa.
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