Por: Ana Cristina Campos. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: jb.com.br
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O primeiro grupo de médicos cubanos que vêm para o Brasil trabalhar pelo
Programa Mais Médicos chega hoje (24) no Recife, às 13h55, e em Brasília, às
18h. Na capital federal, eles serão recebidos pelo secretário especial da Saúde
Indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, no Aeroporto Internacional
Juscelino Kubitschek. O restante do grupo desembarca neste domingo (25) em
Fortaleza, às 13h20, no Recife, às 16h, e em Salvador, às 18h, segundo o
ministério. Ao todo, 644 médicos, incluindo os 400 cubanos, com diploma
estrangeiro chegam ao Brasil até amanhã (25). Na sexta-feira (23), começaram a
chegar os médicos inscritos individualmente em oito capitais.
Os profissionais cubanos fazem parte do acordo entre o ministério com a
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer, até o final do ano, 4
mil médicos cubanos. Eles vão atuar nas cidades que não atraírem profissionais
inscritos individualmente no Mais Médicos. O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, rebateu as críticas das entidades médicas que questionam a formação
médica dos profissionais cubanos.
“Entre hoje e amanhã chegam 400 médicos cubanos muito experientes e 86%
deles têm mais de 16 anos de experiência em missões internacionais. Chegam para
os 701 municípios que nenhum médico brasileiro ou estrangeiro escolheu
individualmente. O ministério vai acompanhar a qualidade dos médicos cubanos.
Por isso que nós exigimos que sejam médicos experientes, todos eles têm
especialização em medicina da família e outros programas de pós-graduação”,
disse Padilha.
Sobre as críticas de que os médicos cubanos vão receber menos (entre R$
2,5 e R$ 4 mil) do que os outros médicos do programa, que vão ganhar R$ 10 mil,
o ministro destacou que não é possível fazer comparação por serem realidade
diferentes. “Os médicos cubanos têm uma carreira e vínculo permanente com Cuba,
o fato de virem em uma missão internacional faz com que os salários deles
aumente, é um bônus no salário além da remuneração que vão ter aqui,
diferentemente de outros médicos estrangeiros que vêm para cá [Brasil] e não
têm emprego no país de origem”, disse Padilha.
“Esses médicos terão moradia e alimentação garantidas pelos municípios
que assumiram o compromisso de participar do programa. O Ministério da Saúde
vai acompanhar de perto as condições de vida desses profissionais para que
tenham tranquilidade para atuar e atender bem a nossa população”, declarou. De
acordo com o Ministério da Saúde, serão repassados R$ 10 mil por médico cubano
à Opas, que fará o pagamento ao governo cubano. Em acordos como esse, Cuba fica
com uma parte da verba.
Na segunda-feira (26), tantos os médicos inscritos individualmente
(brasileiros e estrangeiros), quanto os 400 cubanos contratados via acordo,
começam a participar do curso de preparação, com aulas sobre saúde pública
brasileira e língua portuguesa. Após a aprovação nesta etapa, eles irão para os
municípios. Os médicos formados no país iniciam o atendimento a população no
dia 2 de setembro. Já os com diploma estrangeiro começam a trabalhar no dia 16
de setembro.
O curso vai ter carga de 120 horas com aulas expositivas, oficinas,
simulações de consultas e de casos complexos. Também serão feitas visitas
técnicas aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico do ambiente
de trabalho.
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