Por: Daniel Mello. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: ufmbb.org.br / 2.bp.blogspot.com
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
A televisão é assistida diariamente por 82% dos brasileiros, mas 43% da
população não se reconhecem na programação difundida pelo veículo e 25% se veem
retratados negativamente. Apenas 32% se sentem representados positivamente. Os
dados são da pesquisa de opinião pública Democratização da Mídia, lançada ontem (16) pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Para o estudo foram feitas 2,4
mil entrevistas domiciliares em zonas rurais e urbanas de 120 municípios, entre
20 de abril e 6 de maio deste ano.
Quase um terço dos entrevistados (29%) disse que nunca vê a defesa de
seus interesses na televisão, enquanto que para 55% essa defesa ocorre de vez
em quando. Em relação às mulheres, 17% acha que quase sempre são tratadas com
desrespeito na programação, problema que ocorre eventualmente para 47% dos
entrevistados. O tratamento dos nordestinos também recebeu avaliação
semelhante, sendo que foi considerado quase sempre desrespeitoso para 19% e só
às vezes para 44%. Sobre a população negra os percentuais foram de 17% e 49%,
respectivamente.
De acordo com o estudo, a maioria da população (61%) acha que a TV
concede mais espaço para o ponto de vista dos empresários do que dos
trabalhadores (18%). Para 35% dos brasileiros, os meios de comunicação, não só
a televisão, defende principalmente os interesses dos próprios donos. Na
opinião de 32%, a versão que prevalece na mídia é a dos que têm mais dinheiro e
para 21% é o interesse dos políticos que é mais defendido pelos meios. Apenas
8% avaliaram que os meios de comunicação estão prioritariamente ao lado da
maioria da população.
A maioria dos entrevistados (71%) é favorável a que a programação
televisiva tenha mais regras. Para 16%, as regras atuais são suficientes para
disciplinar o conteúdo e 10% disse que é preciso reduzir o número de normas. Na
opinião de 54%, não deveriam ser exibidos conteúdos de violência ou humilhação
de homossexuais ou negros. Para 40% da população, esse tipo de programação pode
ser aceita sob determinadas regras. Percentual semelhante ao humor que
ridicularizam pessoas, 50% são contra a exibição desse conteúdo e 43% admite
desde que normatizado.
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