Por: Luan Guimarães* (Sob a supervisão e
orientação de Rafaele Rego)
Fonte:
Ibahia.
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante do Blog MUSIBOL)
Imagem: sesituando.com
Waldir Santos ensina métodos de estudos
e como se comportar no momento de responder a prova
O Banco do Brasil
abriu nesta quinta-feira (12), as inscrições do seu concurso público com 8.630
vagas para o cargo de escriturário, com salários de R$ 2.732,04. As provas só acontecem no dia 9 de fevereiro,
mas, para te ajudar a se dar bem no concurso, o iBahia ouviu o professor de
métodos de estudos para concursos, Waldir Santos, para falar sobre a
importância da criação de estratégias para melhor aproveitar os conhecimentos
adquiridos durante os estudos.
Segundo o professor,
mesmo o concurso estando longe de acontecer, é importante que as pessoas
renovem o modo como estudam e deixem de escolher as matérias pela afinidade,
realizando uma avaliação de rendimento de cada matéria.
"Eu recomendo que
as pessoas, imediatamente, façam uma avaliação do rendimento que elas têm em
cada uma das matérias e, a partir desse rendimento, passem a tomar algumas
decisões. A pessoa vai perceber que em determinada matéria está muito abaixo e
em outras muito acima da sua própria média. Depois de uma semana, ela vai perceber que cresceu mais do que em
uma matéria do que em outra e são essas matérias que devem ser
priorizadas", pontuou.
Estudando. Foto: Marina Silva (Correio).
Waldir ressalta que
uma segunda avaliação trará resultados ainda melhores. "A partir de uma
segunda avaliação de rendimento, você começa a perceber que, caso se dedique
mais a uma matéria, terá um resultado melhor. Vai ver que quando você dedica
mais tempo, tem um ganho, mas não necessariamente é sempre assim".
Ele também aconselha
um tempo máximo de duas horas de estudo para cada matéria, intercalando-as
entre pausas. "É preciso dividir o seu tempo disponível por dia em várias
matérias, nunca estudar três, quatro, cinco horas a mesma matéria", avisa.
Atenção às dicas de
Waldir Santos
Foto: sesituando.com
Dica 1
Para o professor, as
pessoas estão, de um modo geral, estudam errado ao priorizarem somente a
leitura, criando uma falsa impressão de que o cérebro está captando as
informações."Todo mundo está apenas lendo, 99% das pessoas precisam mudar
a forma de estudar. Ler apenas não é método de estudo. A gente tem que
desenvolver atividades que levem o cérebro a ficar ativo e a leitura não faz
isso. A leitura é um procedimento muito cômodo, que não exige do nosso cérebro
que ele fique em atividade. Por exemplo: lemos e depois de 20, 30 minutos
paramos. Quando paramos, não sabemos onde estávamos. Isso é o que a maioria faz
e é por isso que as pessoas têm dificuldade em aprender. No lugar de estudar
através da leitura, a gente deve estudar com o trabalho", explica.
"Como é isso:
você pega um texto e transcreve, a próprio punho, aquilo que você não sabe
dele. Parece uma coisa muito trabalhosa, mas isso é parte do método de estudos.
Só que você vai fazer isso não em cima do livro ou da apostila, mas sim de um
texto que você vai extrair do texto original. Um texto de 100 páginas, você vai
transformar em um texto de 30 páginas e é com esse texto que você ai trabalhar,
tirando tudo aquilo que é informação importante. É fácil descobrir qual informação
é importante", ressaltou.
"Se você, por
exemplo, tem um texto onde aparece: 'No direito brasileiro, matar alguém
configura crime de homicídio. Quem mata alguém estará sujeito a pena de
reclusão de 6 a 20 anos se o homicídio for considerado simples'. Isso aparece
em quatro linhas, você vai extrair, dessas quatro linhas, menos de uma linha
que é a informação que é cobrada na prova: matar, homicídio, simples, 6 a 20,
reclusão. Essas informações são as únicas que podem ser cobradas na avaliação.
O resto do texto representa repetição, estrutura e coisas óbvias, como por
exemplo a expressão 'na legislação'. Isso não cai na prova, o importante é só o
que pode ser cobrado", explica.
É importante lembrar
que o método não é feito para ser concluído em apenas um dia. "O que você
tem que fazer para extrair essas 30 páginas de um texto de 100 páginas é, no
primeiro dia, fazer apenas um primeiro resumo. É uma sequência de resumos, mas
você não vai fazer tudo no primeiro dia, porque vai criar a ilusão de que aprendeu,
mas na verdade você não aprendeu".
Foto: IBahia. |
Dica 2
Outra dica crucial é o
velho hábito de responder questões de concursos anteriores, mas não da forma
convencional."No lugar de ficar respondendo as questões, é importante
reconstruí-la sobre outro formato. Por exemplo: pegar duas questões 'A, B, C, D
e E' e reconstruí-la como 'verdadeiro ou falso'. Isso vai fazer você manter seu
cérebro em atividade e é isso que faz com que lembre das coisas. Ler somente é
cansativo, enfadonho, monótono e desagradável, então o cérebro pensa na praia,
na namorada, no passeio, na viagem, em tudo, menos no estudo", garantiu.
Para Waldir, as
pessoas que costumam reclamar da dificuldade de concursos são as que estudam
errado. "A realidade é que as pessoas não utilizam métodos. Se acomodam
com a ideia de receber dicas, pensam que é só estudar 'de qualquer maneira' e
não passam. Isso costuma acontecer com quem fica dizendo que concurso é
difícil, que não tem tempo para estudar... Existem métodos para quem não tem
tempo para estudar, como o estudo em grupo", revela.
Dica 3
O estudo em grupo, de
acordo com o professor, é uma forma de absorver um grande número de informações
em um curto período de tempo, mas há ressalvas. "Estudar em grupo é
totalmente diferente de fazer do outro, o seu professor particular. Estudando
em grupo, o que você aprende em 10 horas estudando normalmente, aprende em uma
hora, dependendo do grau de dificuldade da matéria. Esse é o método ideal para
quem não tem tempo para estudar", avisa.
Imagem: user.img.todaoferta.uol.com.br |
A escolha do grupo é
um dos pontos chaves para alcançar o êxito com a medida. Segundo Waldir, o
ideal não é chamar pessoas por afinidade e sim pelo nível de conhecimento.
"Escolher bem o grupo não significa escolher quem mora perto, quem é
'CDF', quem tem material, quem é parente ou amigo, porque é o que as pessoas
fazem em geral. Você deve estudar com pessoas que estão no mesmo nível que
você. Se você está fraco na matéria, não estude com quem está forte e
vice-versa. Eu costumo dizer para quem está forte não estudar em grupo e sim dar
aula para quem está fraco. Outra coisa, não faça do estudo em grupo, um evento
social. Você pode marcar com o grupo para ir para a praia, cinema, mas na hora
do estudo, não faça disso um evento social", acrescenta.
O professor ressalta
ainda que cada estudante do grupo deve apresentar sua parte do conteúdo, sendo
isso previamente solicitado pelos concurseiros. "É importante que esse
conteúdo seja debatido com os colegas, sendo todos do mesmo nível. As dúvidas
precisam ser tiradas e os questionamentos feitos em mesa, com todos vendo a
apresentação", sugere.
Depois disso, é
necessário que cada componente do grupo faça exercícios do assunto estudado
mais recentemente. "Você deve fazer exercícios exclusivamente desse
assunto. Por exemplo, cada um separa 20 questões de ortografia, 20 questões de
acentuação, 20 de crase e todos se juntam para fazer um banco de questões.
Depois de responderem o exercício, todos vão olhar quais questões foram erradas
e discutirão o porque a resposta foi 'A' e não 'B', mesmo que seja uma
quantidade pequena. Estudando individualmente, a pessoa vai levar cinco, dez
horas para perceber isso. No grupo, elas aproveitarão tanto quanto
aproveitariam em dez horas de estudo", garante.
Mitos e verdades
O professor ainda
desmistificou o mito de que estudar na véspera faz mal para quem irá prestar
concurso. Segundo ele, isso é para quem não está habituado a fazer prova ou
precisa de uma desculpa, já que não aguenta mais os livros.
"Isso é típico de
quem está estudando contra a vontade, de quem não aguenta mais e quem não está
habituado a fazer prova, que é um cansaço tão extremo que você tem que se
preparar antes, ou seja descansar. Eu não digo que não se pode estudar na véspera,
eu digo para as pessoas não estudarem quando estiverem cansadas",
esclareceu.
Dica 4
Para os que possuem
dúvidas quanto ao que fazer no momento da avaliação, Waldir aconselha a não
seguir a ordem de questões da prova. "É melhor saltar as que são de grande
enunciado e as que estão visivelmente difíceis. Por exemplo, quando a questão
fala sobre um assunto que você sabe que não domina, aí você pula. Quando chegar
no final da prova, você volta para o começo. Aquela questão que você percebe
uma dificuldade intermediária, pode dedicar um pouco mais de tempo para
ela".
Imagem: dicasdocelso.files.wordpress.com |
Dica 5
Outra questão
esclarecida pelo apresentador foi a mudança de opções após a marcação na prova.
Segundo ele, só se deve mudar uma opção marcada quando o motivo da mudança for
a lembrança de alguma coisa que você não tinha pensado. "Mas se você não
tinha lembrado de nada e resolve mudar, provavelmente você vai errar",
avisa.
Dica 6
A distribuição de
tempo para cada questão foi outro assunto comentado por Waldir.
"Distribuir o tempo é importante, mas se você dedica quatro minutos para
cada questão, não use quatro, use três. Logicamente você não vai ficar medindo
isso. Depois que tiver passado 30, 40 minutos, você faz as contas para ver se
seu ritmo está bom. Se não estiver, você acelera. É importante também deixar
cerca de 15 minutos para responder o gabarito, uma boa folga para marcar,
porque te dá tempo para fazer a revisão das questões". finalizou.
As inscrições para o
concurso do Banco do Brasil vão até o dia 7 de janeiro de 2014 e podem ser feitas
através do site da Fundação Cesgranrio, realizadora do processo seletivo.
0 comentários:
Postar um comentário