Por: Mariana Tokarnia. Fonte e fotos: Agência Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
"Leitura ferve a alma, queima a
ignorância", é o que diz a poesia Cordel do Livro e da Leitura, de Gustavo
Dourado, um dos expositores da 31ª Feira do Livro de Brasília. A partir deste
final de semana até o dia 1º de dezembro, 62 expositores e mais de 40 autores
estarão a disposição do público em estrutura montada ao lado da Biblioteca
Nacional de Brasília, no centro da cidade, que recebeu o nome Cidade da
Leitura. Para esta edição são esperadas
10 mil pessoas por dia. Além de lançamentos e palestras estão previstos saraus,
teatros e contações de história. Todas as atividades são gratuitas e a
programação pode ser conferida no site da feira.
A edição deste ano trata-se de uma
retomada, pois a última edição ocorreu em 2011. Em 2012, a feira deu espaço
para a 1ª Bienal do Livro. Em 2013, a feira recebe mais aportes do governo do
Distrito Federal (GDF) e tem o projeto revisto. Ao todo, segundo a organização,
serão R$ 1,6 milhão, sendo R$ 1,4 milhão do GDF e os demais R$ 200 mil da
Câmara do Livro. A maior parte dos recursos será voltado para a visita e
aquisição de livros por escolas públicas do DF (R$ 900 mil).
O tema deste ano é Leitura, um
Direito Fundamental e o foco é nos autores e artistas do DF. Dourado é um deles
e participa desde a primeira edição da feira. Ele é professor, escritor e
poeta, além de presidente da Academia Taguatinguense de Letras, reconhecida
este ano como patrimônio cultural, material e imaterial do DF. "O retorno
[da feira] traz também um novo movimento de escritores", diz. "Em
tempos de valorização da literatura internacional, somos a resistência da
cultura brasileira e da literatura infanto-juvenil".
Também parte da Academia
Taguatinguense de Letras, o jornalista e escritor Heron Luiz dos Santos vê a
feira como uma oportunidade de divulgar o trabalho e fazer contatos. Ele é
autor de dois livros: Pássaro Ferido - Contos e Poesias e Mário Eugênio - O
Gogó das Sete, cujo relançamento ocorre na feira. A leitura o acompanha desde
os 9 anos, com Monteiro Lobato. Os autores que o influenciaram "são tantos
que seria injusto nomeá-los". Ele conta que foi na academia que ganhou
projeção com a escrita e que deve à feira grandes amizades na literatura.
No domingo (24), mesmo com a tarde
chuvosa, as peças de teatro e as contações de história estavam com as cadeiras
todas ocupadas. Os stands também contavam com adultos, jovens e crianças em
busca de livros. Edenice José dos Santos escolheu o que vai levar: Cinquenta
Tons de Cinza, da escritora britânica E.L. James. Ela é tia avó de Thallyta, de
9 anos e Rayssa, de 15. Tahllyta não lembra do último livro que leu, mas
garantiu que sairá da feira com algo para ler nas férias. Já Rayssa tem que ser
afastada da literatura para se concentrar nos estudos. "Se deixar, ela
fica lendo e não estuda", diz Edenice. Nas férias, Rayssa tira o atraso e
lê, em um mês, seis ou sete livros.
À noite, a atração será a palestra
do médico Alexandre Feldman, autor do livro Enxaqueca, Só Tem Quem Quer, com
mais de 20 mil cópias vendidas. No livro, ele ensina o que deve ser feito para
controlar as crises e não tornar-se refém de medicamentos. As principais
orientações envolvem mudanças na alimentação e no sono. O autor também vai dar
dicas de como escrever um livro médico. Ele adianta que o principal segredo é
não guardar informações do leitor. "Muitos autores do campo médico ficam
com medo de ensinar tudo e perder os pacientes. Esse medo prejudica a qualidade
da obra", diz.
Também entre as atrações da feira
está o Espaço do Autor, onde tanto autores convidados quanto outros escritores
podem apresentar as próprias obras. "Temos algumas atrações marcadas, mas
uma grade com muitas janelas, para que os autores participem", diz o
coordenador da Cidade da Leitura, Thelmo Ribeiro, da Câmara do Livro.
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