Por: Renata Giraldi. Fonte: Agência Brasil
Fotos: ebc.com.br / bit.pt/ presidencia.pt
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) quer aprofundar o
debate sobre segurança de dados e preservação da privacidade dos cidadãos na
internet. A iniciativa ocorre no momento em que o Brasil e vários países cobram
dos Estados Unidos explicações sobre as denúncias de espionagem das agências
norte-americanas a informações de cidadãos no ciberespaço e também na
telefonia.
Uma das ideias é que no âmbito da CPLP sejam coordenadas ações em foros
internações em favor da definição de regras claras para a governança e
segurança cibernética. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e
chanceleres dos demais sete países que compõem a comunidade analisaram a
proposta ontem (18) durante a 18ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da
CPLP. Na reunião, Patriota ressaltou a necessidade de respeito à soberania e à
privacidade.
Patriota estava em Maputo, em Moçambique, onde ocorreu a reunião. A CPLP
é formada pelo Brasil, por Portugal, Angola, Cabo Verde, a Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe, além do Timor Leste. Os chanceleres debateram
o tema "Os Novos Paradigmas e o Futuro da CPLP na Era da Globalização".
Porém, a questão da espionagem veio à tona no momento em que o
ex-consultor norte-americano Edward Snowden denunciou a existência de um
esquema de monitoramento, por agências dos Estados Unidos, a cidadãos do seu
país e também no exterior. No caso do Brasil, o jornal O Globo, baseado em
informações de Snowden, informou houve um escritório em Brasília para coordenar
as ações.
O governo brasileiro pediu informações aos Estados Unidos sobre as
denúncias. O embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, foi
chamado a prestar esclarecimentos e negou as informações, mas se comprometeu a
analisar os dados por meio de uma comissão de peritos. Houve, ainda, denúncias
envolvendo suspeitas de espionagem na Colômbia, Argentina, Venezuela e Bolívia,
entre outros países latino-americanos.
Além disso, ontem durante a reunião da CPLP os chanceleres decidiram que
será designado um representante especial da comunidade para acompanhar as
eleições e a situação na Guiné-Bissau (África), país que foi alvo de um golpe
de Estado em 2012 e, em novembro, escolherá novo presidente e parlamentares.
Nos 17 anos de existência, a CPLP intensificou a articulação política
entre os países do bloco, o que resultou em ações concretas de cooperação em
áreas como saúde pública, agricultura e formação profissional. O fluxo
comercial do Brasil com os países da CPLP cresceu mais de cinco vezes de 1996 a
2012, passando de US$ 740 milhões a US$ 4 bilhões.
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