Por: Iolando Lourenço e Mariana Jungmann. Fonte e fotos: Agência Brasil.
A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados irá
investigar as causas do acidente. A 35ª Delegacia de Polícia (em Campo Grande)
será responsável pelo inquérito sobre a morte da menina Isabela. A perícia já
foi feita no local.
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O rompimento da adutora da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), no início da manhã de ontem (30),
na Estrada do Mendanha, em Campo Grande, zona oeste, deixou 86 famílias
desabrigadas (230 pessoas). O volume de água chegou a 2 metros de altura e deixou
a região alagada e casas destruídas. Uma criança, de 3 anos, morreu e 17
ficaram feridos. A Polícia Civil vai investigar as causas do rompimento.
A Cedae irá arcar com a
hospedagem e alimentação dos moradores, que perderam as casas, até receberem a
indenização pelos danos materiais. Algumas famílias optaram por ficar na casa
de parentes.
Ao todo, 17 famílias desalojadas
(70 pessoas) estão hospedadas em dois hotéis na região central de Campo Grande.
A Defesa Civil interditou os imóveis e fez uma avaliação dos danos. Não há mais
nenhuma família abrigada na Escola Municipal Casimiro de Abreu, onde as vítimas
do vazamento receberam os primeiros atendimentos durante o dia. Além disso,
psicólogos e assistentes sociais da companhia prestarão atendimento diário às
vítimas.
Dos feridos, dez foram levados
para o Hospital Estadual Rocha Faria e sete foram atendidos no local do
acidente e liberados, de acordo com a equipe de resgate dos bombeiros. Segundo
a Secretaria Estadual de Saúde, apenas uma menina, de 8 anos, continua em
observação no hospital. Os demais feridos já tiveram alta.
A menina Isabela, de 3 anos, não
resistiu a uma parada cardiorrespiratória e morreu quando era socorrida. Em
nota, a Cedae informou que irá custear o enterro e a prioridade é o atendimento
às vitimas atingidas pelo vazamento de água. Funcionários estão no local do
acidente para fazer um levantamento dos prejuízos.
A Cedae informou não ter recebido
chamado da região para reparo em tubulações de menor porte ou de casas e
"jamais houve qualquer conserto na tubulação, já que não tinha apresentado
nenhum vazamento anteriormente". As tubulações de grande porte, como a
adutora, "são monitoradas constantemente através do Centro de Controle
Operacional (CCO), que identificou o problema no fim da madrugada de hoje e
imediatamente deslocou a equipe de manutenção para o local. Caso algum
rompimento tivesse ocorrido anteriormente, as consequências teriam sido
semelhantes às ocorridas agora, portanto não seria possível o problema passar
despercebido.”
Sobre a possibilidade de áreas
próximas sofreram falta de água por causa do vazamento, a Cedae informou que a
região do entorno do rompimento, parte de Bangu e de Santíssimo poderão sentir
baixa no abastecimento. Técnicos da companhia já fizeram ajustes na rede,
desligando o registro que abastece a tubulação rompida. Os 6 mil litros por
segundo de água que passam por essa rede foram transferidos para demais
sistemas, com o objetivo de manter o fornecimento nas regiões abastecidas pela
adutora: Jabour, Mendanha, Lameirão e parte dos bairros de Santa Cruz, Campo
Grande, Santíssimo, Bangu, Padre Miguel e Realengo.
A Defensoria Pública do Estado do
Rio de Janeiro, por meio do Núcleo de Defesa do Consumidor, irá participar das
negociações com a companhia para a indenização rápida das vítimas do rompimento
da adutora. O núcleo abriu procedimento para apurar o fato que servirá de base
para a formulação de uma ação civil pública.
"A ideia é chegar a um
acordo extrajudicial que garanta o ressarcimento justo e rápido para todos os
atingidos pelo acidente, além de assistência imediata aos desabrigados”, disse
a coordenadora do núcleo, Alessandra Bentes.
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