Por: Yara Aquino. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: gonzagapatriota.com.br belta.org.br / friendsintheworld.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Aprender um novo idioma, aprimorar os conhecimentos da língua
estrangeira e conhecer novas culturas são os principais motivos que levam os
brasileiros a estudar no exterior. No ano passado, 175 mil viajaram para outros
países em busca desses objetivos, de acordo com pesquisa da Associação
Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta). As
agências do setor indicam expansão do mercado e a expectativa é que haverá
crescimento nos próximos anos.
Os cursos de idiomas, chamados de intercâmbio, são os mais procurados e
o principal destino é o Canadá, indica a pesquisa. Em seguida estão os cursos
de high school, que é o ensino médio no exterior, e os cursos de férias. Os
cursos de pós-graduação e de intercâmbio para executivos também movimentam o
setor. A faixa etária predominante de quem busca aprimorar a educação no
exterior está entre os 18 e os 30 anos.
A coordenadora da Belta, Maria Aparecida Barbo, diz que é crescente a
procura dos brasileiros pelo turismo de educação. Segundo ela, o desejo de
estudar fora sempre existiu e cresce pela necessidade de aprimorar a
qualificação profissional. O que mudou, segundo ela, é que o intercâmbio está
mais acessível por causa do aumento da renda e das facilidades no pagamento.
“Em primeiro lugar está o aumento da renda, porque vontade de estudar e
viajar sempre existiu. Outro fator é que o turismo de educação tem o melhor
custo-benefício. Você pode escolher ficar em casa de família com duas refeições
incluídas e uma semana desse tipo de acomodação corresponde a três dias de
hotel, sem as refeições. E, se houver planejamento, dá pra começar a pagar um
ano antes da viagem”, disse.
Depois do Canadá, os Estados Unidos e o Reino Unido são os destinos
preferidos, conforme a pesquisa. Esses destinos indicam que o inglês é o idioma
que os brasileiros mais buscam aprender.
Além do aprendizado da língua estrangeira, a experiência de conhecer um
país com cultura e costumes diferentes atrai os estudantes. Maria Gonçalves
Reis, de 19 anos, chegou a cerca de dois meses de um intercâmbio nos Estados
Unidos e avalia a experiência. “Queria conhecer outra cultura e aprimorar o
inglês, então fiquei dez meses nos Estados Unidos cursando o último ano do
ensino médio. Acho que vai me ajudar pela experiência de vida e pela fluência
no inglês”. Ela conta que já sente o resultado positivo no aprendizado da
língua quando faz as provas de simulado no cursinho pré-vestibular.
A pesquisa da Belta identificou um aumento da procura por cursos de
línguas no exterior pela classe C. Entre as agências entrevistadas, 92%
indicaram esse aumento. O presidente da Eduexpo, feira de intercâmbio realizada
em países da América Latina, Julio Ronchetti, avalia que o fortalecimento do
real em relação ao dólar contribuiu para esse quadro. “Os cursos lá fora são
pagos em dólar e aumentamos nosso poder aquisitivo em dólar, então, mais
pessoas têm como ir estudar fora”, disse. Foram ouvidas 80 agências de
intercâmbio brasileiras e 75% apostam em expansão do mercado nos próximos anos.
Quem decide estudar no exterior deve ficar atento na hora de contratar a
empresa para não ter problemas com a prestação do serviço. Há casos de falência
de agências de intercâmbio em que os clientes perdem o dinheiro já pago ou em
que as escolas e os fornecedores ficam sem pagamento.
“O consumidor deve, antes de tudo, checar a idoneidade da empresa. Fazer
uma pesquisa rápida na internet para verificar se há reclamações ou buscar
indicações de conhecidos”, recomenda o diretor jurídico do Procon do Rio de
Janeiro, Marcelo Moura.
Ele alerta que é preciso ficar atento ao contrato e orienta o consumidor
a registrar, com fotos e documentos, eventuais descumprimentos dos serviços. “O
que não foi oferecido ao consumidor, caberá a ele buscar em um acordo por meio
de instituições administrativas, como o Procon-RJ, ou ir diretamente ao
Judiciário para entrar com um processo”, explica Marcelo Moura.
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